Summary: | No Egipto lágida, a moeda conheceu uma apreciável e significativa circulação e foi um importante meio de difusão e de propaganda político-ideológica da dinastia nascida do diádoco de Alexandre Magno. As peças monetárias ptolomaicas, pelos tipos, símbolos, inscrições e metal que usaram, identificam-nos e «falam-nos» do poder que as emitiu. As moedas veiculam os emblemas do rei, o seu retrato, o seu nome e proclamam, assim, a sua soberania. Em consequência, o rei é o detentor por excelência da riqueza e do prestígio. A programação e a emissão monetária reforçam simultaneamente a soberania e a glória. Este artigo constitui, no essencial a comunicação apresentada ao Eighth International Congress of Egyptologists, realizado em 2000 no Cairo. Nele apresentamos e estudamos algumas das moedas ptolomaicas existentes em museus portugueses, nomeadamente no Instituto de Antropologia Professor Mendes Corrêa do Museu de História Natural da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, e no Museu Nacional de Arqueologia Dr. Leite de Vasconcelos (MNA), em Lisboa. As metáforas de comunicação a que estas moedas recorreram inserem-se na mundividência helénica que, como ideal e protótipo cultural, todos os reis helenísticos demandaram e proclamaram. Elas veiculam a imagem que o rei pretendia transmitir do reino e das suas relações com os deuses.
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