Summary: | A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é uma doença do neurónio motor fatal e progressiva, cuja patogenia é ainda desconhecida. O processo patológico decorre de uma degenerescência dos neurónios motores periféricos no tronco encefálico e medula espinhal, que leva a desnervação e consequente atrofia nas fibras musculares correspondentes. Nas regiões onde ocorre adelgaçamento das fibras nervosas há deposição de pigmentos lipídicos e outras substâncias conjuntamente com proliferação de astroglia e microglia. No início do processo patológico, alguns grupos musculares vão sendo afetados, levando a uma fraqueza muscular assimétrica pouco específica. Com o avançar da doença, vai sendo maior o número de músculos envolvidos, acabando por comprometer a musculatura respiratória e levando à morte. O fenómeno que leva à destruição neuronal ainda não foi esclarecido, o que faz com que esta patologia de rápida progressão seja ainda um grande problema no seio da Neurologia. Devido à ausência de uma etiologia específica, fatores de risco exógeno estão a ser cada vez mais explorados como agente causal da doença. A descoberta contínua de mutações em genes de pacientes com ELA faz com que os fatores genéticos adquiram uma maior importância na etiopatogénese da doença, principalmente porque parecem estar diretamente relacionados com os diversos processos que levam à destruição dos neurónios motores. Os mecanismos que levam à destruição são diversos, entre eles o mecanismo de stress oxidativo, excitotoxicidade pelo glutamato, agregação proteica, alteração da função dos astrócitos, alterações neurovasculares, processos inflamatórios e disfunção dos neurofilamentos e microtúbulos. Nenhum destes processos funciona de modo isolado e diversos estudos apontam para um mecanismo em constante interação que culmina no dano e morte neuronais. O conhecimento escasso da fisiopatologia desta doença leva à dificuldade na elaboração de estratégias terapêuticas eficazes para abrandar o curso da doença. No momento apenas o Riluzole mostra resultados, embora com um aumento da sobrevida dos pacientes em apenas alguns meses. Com o decorrer dos estudos, mais aspetos da ELA têm vindo a ser desvendados, abrindo assim novas possibilidades e hipóteses para estudos mais aprofundados.
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