Teorias leigas sobre saúde e doença e conceitos relacionados em pessoas idosas.

O envelhecimento humano é um processo irreversível e contínuo, que acarreta diversas mudanças a nível físico, social, cognitivo, psicológico, entre outros. Neste sentido é necessário e urgente prevenirmos e educarmos a população em geral e os idosos em particular, para um envelhecimento bem-sucedido...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Luísa, Cláudia (author)
Format: doctoralThesis
Language:por
Published: 2021
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10400.1/15158
Country:Portugal
Oai:oai:sapientia.ualg.pt:10400.1/15158
Description
Summary:O envelhecimento humano é um processo irreversível e contínuo, que acarreta diversas mudanças a nível físico, social, cognitivo, psicológico, entre outros. Neste sentido é necessário e urgente prevenirmos e educarmos a população em geral e os idosos em particular, para um envelhecimento bem-sucedido. Assim, no sentido de conhecermos um pouco melhor o que pensam e sentem os idosos, realizou-se a investigação “Teorias leigas sobre saúde e doença e conceitos relacionados em pessoas idosas”, a uma amostra de 300 idosos, de diferentes contextos (universidades da terceira idade, associações de desenvolvimento local, e também em idosos sem qualquer ligação institucional), na região Algarvia. Os objetivos gerais da investigação passaram pela compreensão dos significados leigos de conceitos como: saúde, doença, qualidade de vida, felicidade, satisfação com a vida, otimismo e stress em adultos com idade igual ou superior a 60 anos, bem como por encontrar possíveis variáveis relevantes que podem ajudar a explicar as características de cada grupo e encontrar possíveis relações existentes entre as variáveis sociodemográficas e os diversos aspetos psicológicos em estudo. Para a recolha de dados foi administrado um protocolo que continha um questionário de dados demográficos, uma entrevista semiestruturada, com algumas questões sobre teorias leigas de saúde, doença, qualidade de vida, felicidade, satisfação vital, otimismo e stress, uma escala de avaliação da qualidade de vida (Hawthorne, Richardson, Osborne, & McNeil, 1997) uma de satisfação com a vida (Diener, Emmons, Larsen, & Griffin, 1985), uma de espiritualidade (Pais-Ribeiro & Pinto, 1997) e uma escala de orientação vital (Carver & Bridges, 1994). Os resultados obtidos permitiram atingir os objetivos inicialmente traçados e chegar a diversas conclusões. Assim, foi possível identificar as categorias que melhor caracterizam os conceitos leigos de saúde, doença, qualidade de vida, felicidade, satisfação com a vida, otimismo e stress, que são diferentes para cada tema/dimensão e questão, quer seja na perspetiva individual ou grupal. Identificou-se 179 categorias, embora somente 26 delas se revelassem significativas (com uma expressividade igual ou superior a 30% e nas situações em que esse número não foi atingido, foi tido em conta o valor mais elevado), e com essas realizou-se todas as outras análises. As categorias mais mencionadas foram a comportamental (sete vezes), saúde (cinco vezes) e psicológica (quatro vezes), atendendo aos temas em análise. Ao se aplicar o método da análise discriminante e da regressão logística foi possível identificar as variáveis preditoras, que melhor explicam os temas para esta amostra extraída de uma população de pessoas idosas. De igual forma, foi possível conhecer as perceções dos idosos acerca dos diversos constructos, sendo que de uma maneira geral, percecionam-se saudáveis, pouco doentes, com uma qualidade de vida, felicidade e satisfação com a vida moderadas. Em relação às expectativas futuras, os dados confirmam que a maioria deles é otimista e que se apresenta pouco stressada. Estes dados também foram corroborados com os resultados provenientes dos instrumentos de qualidade de vida, satisfação com a vida, espiritualidade e orientação vital, dado que os valores médios encontrados foram moderados e, em alguns casos, elevados.