Summary: | Com esta investigação pretendeu-se identificar e aprofundar os dilemas e contradições originados pela forma como se forçou a beligerância portuguesa na Grande Guerra, usando a acção de David Magno como um caso exemplar da divisão entre militares. As primeiras reformas republicanas do Exército iniciaram as clivagens entre os oficiais do quadro permanente e a pretendida força miliciana. Mas seria a decisão política de forçar a entrada na guerra, sem dispor de um exército devidamente preparado e sem que a Inglaterra o solicitasse, que conduziu à grande ruptura política da sociedade e da instituição militar. Ao contrário do que se proclamou falhou a preparação, complicaram-se os transportes das tropas, cresceram os desentendimentos quanto ao dispositivo militar no terreno. Fracassaram a logística, a estratégia, a táctica, a rotação e a rendição das tropas desmoralizando-se toda a força nas linhas da frente pelo cansaço físico e psicológico, agravado pela convicção de que nunca regressariam à pátria. Eram notórias as divergências entre militares do CEP, guerristas e não guerristas, militares e o poder político de Lisboa, comandos do CEP e Divisões, batalhões e companhias. Estas clivagens acarretariam irremediavelmente o fracasso do CEP conduzindo a uma ruptura insanável, de que o capitão Magno se tornou um caso exemplar. Porém, depois da Guerra e da vitória dos aliados, poucos foram os que aceitaram a derrota. Muitos dos vencidos pretenderam transformar-se em símbolos de heroísmo e de bravura da raça portuguesa. Foi tudo isto que analisámos e explicámos, desconstruindo mitos na procura da realidade dos factos.
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