As divisões da instituição militar portuguesa no contexto da Grande Guerra 1914-1918: David Magno, os dilemas de um militar português

Com esta investigação pretendeu-se identificar e aprofundar os dilemas e contradições originados pela forma como se forçou a beligerância portuguesa na Grande Guerra, usando a acção de David Magno como um caso exemplar da divisão entre militares. As primeiras reformas republicanas do Exército inicia...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Ramalho, Miguel Nunes (author)
Format: doctoralThesis
Language:por
Published: 2016
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10071/11969
Country:Portugal
Oai:oai:repositorio.iscte-iul.pt:10071/11969
Description
Summary:Com esta investigação pretendeu-se identificar e aprofundar os dilemas e contradições originados pela forma como se forçou a beligerância portuguesa na Grande Guerra, usando a acção de David Magno como um caso exemplar da divisão entre militares. As primeiras reformas republicanas do Exército iniciaram as clivagens entre os oficiais do quadro permanente e a pretendida força miliciana. Mas seria a decisão política de forçar a entrada na guerra, sem dispor de um exército devidamente preparado e sem que a Inglaterra o solicitasse, que conduziu à grande ruptura política da sociedade e da instituição militar. Ao contrário do que se proclamou falhou a preparação, complicaram-se os transportes das tropas, cresceram os desentendimentos quanto ao dispositivo militar no terreno. Fracassaram a logística, a estratégia, a táctica, a rotação e a rendição das tropas desmoralizando-se toda a força nas linhas da frente pelo cansaço físico e psicológico, agravado pela convicção de que nunca regressariam à pátria. Eram notórias as divergências entre militares do CEP, guerristas e não guerristas, militares e o poder político de Lisboa, comandos do CEP e Divisões, batalhões e companhias. Estas clivagens acarretariam irremediavelmente o fracasso do CEP conduzindo a uma ruptura insanável, de que o capitão Magno se tornou um caso exemplar. Porém, depois da Guerra e da vitória dos aliados, poucos foram os que aceitaram a derrota. Muitos dos vencidos pretenderam transformar-se em símbolos de heroísmo e de bravura da raça portuguesa. Foi tudo isto que analisámos e explicámos, desconstruindo mitos na procura da realidade dos factos.