Personalidade borderline: dos limites do self aos limites do corpo

Introdução: Numa perspectiva psicodinâmica, um dos aspectos essenciais da personalidade borderline é a insuficiente integração do self que se traduz, frequentemente, numa má relação com o corpo e em comportamentos autodestrutivos. Objectivos: Pretendemos abordar o desenvolvimento do self na personal...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Guerra, C (author)
Other Authors: von Dessauer, O (author), Coelho, R (author)
Format: article
Language:por
Published: 2015
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10400.10/1361
Country:Portugal
Oai:oai:repositorio.hff.min-saude.pt:10400.10/1361
Description
Summary:Introdução: Numa perspectiva psicodinâmica, um dos aspectos essenciais da personalidade borderline é a insuficiente integração do self que se traduz, frequentemente, numa má relação com o corpo e em comportamentos autodestrutivos. Objectivos: Pretendemos abordar o desenvolvimento do self na personalidade borderline, compreender a importância do corpo neste desenvolvimento, assim como o papel dos comportamentos autoagressivos na relação entre o self e o corpo. Métodos: Revisão bibliográfica tendo por base as teorias de Otto Kernberg e Didier Anzieu. Resultados e conclusões: Por um lado, constatamos que na personalidade borderline a clivagem se mantém como o mecanismo de defesa predominante, impedindo a adequada diferenciação entre o self e o objecto, assim como a integração dos aspectos bons e maus do self e do objecto. Por outro lado, o conceito de “Eu-pele”, definido por Didier Anzieu, defende que a sensorialidade táctil é um modelo organizador do Eu e do pensamento e, na personalidade borderline, o desenvolvimento deste invólucro corporal está gravemente comprometido. A automutilação é, simultaneamente, uma tentativa de restabelecer os limites do Eu e uma forma de comunicação aberta à intersubjectividade, que apesar de conter em si um aspecto destrutivo, possibilita a reparação do self.