Modelos de Simulação em Saúde: a Multimorbilidade como Caso de Estudo

Atualmente as doenças crónicas são um dos mais dominantes problemas de saúde pública que afetam socialmente e economicamente a sociedade e está previsto que a carga dessas mesmas doenças ultrapasse 60% no ano de 2020. A multimorbilidade é definida como a presença simultânea de duas ou mais doenças c...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Catarino, Beatriz Cruz da Palma (author)
Formato: masterThesis
Idioma:por
Publicado em: 2019
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10362/63036
País:Portugal
Oai:oai:run.unl.pt:10362/63036
Descrição
Resumo:Atualmente as doenças crónicas são um dos mais dominantes problemas de saúde pública que afetam socialmente e economicamente a sociedade e está previsto que a carga dessas mesmas doenças ultrapasse 60% no ano de 2020. A multimorbilidade é definida como a presença simultânea de duas ou mais doenças crónicas no mesmo individuo e existem estudos que avaliam a sua prevalência e determinantes na população, mas ainda são inexistentes modelos de simulação que avaliam o efeito de intervenções direcionadas a estes doentes. O objetivo deste estudo é desenvolver uma ferramenta de simulação para compreender qual o plano de intervenção ideal, de entre as intervenções de modificação de estilos de vida, adesão à terapêutica, apoio à autogestão das doenças, apoio familiar e apoio psicológico, em doentes com multimorbilidade, que reduza o consumo de recursos de saúde, melhore a qualidade de vida relacionada à saúde e aumente o tempo de vida destes doentes. Para tal, foi desenhado um modelo teórico com os possíveis cenários de simulação, de uma ou duas intervenções, e recorreu-se ao método de Modelação e Simulação baseada em Agentes (ABMS), especificamente à plataforma NetLogo, para implementar o modelo. Através do modelo desenvolvido, observou-se que planos de intervenção que englobem a adesão à terapêutica prescrita revelam excelentes resultados na redução do número de hospitalizações, enquanto que planos de intervenção que incluam o apoio à autogestão das doenças são os mais eficazes para obter melhorias na qualidade de vida de doentes com multimorbilidade. No que diz respeito a aumentar o tempo de vida, os resultados sugerem que os planos de intervenção devem incluir o apoio social da família. O modelo desenvolvido não se encontra validado, pelo que são necessários dados reais para validar o modelo, de forma a ser possível utilizá-lo como ferramenta de investigação ou de apoio à decisão médica.