Formação profissional, a ancoragem da formação no trabalho real e envelhecimento

O processo de envelhecimento a que se tem assistido, associado ao facto de a passagem à reforma ser cada vez mais tardia (Comissão Europeia, 2004), tem conduzido a uma sensibilização da sociedade em geral para a incontornável necessidade de se manterem os trabalhadores mais velhos em situação de emp...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Freitas, Inês Santos Fernandes Pinto de (author)
Format: masterThesis
Language:por
Published: 2012
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10400.14/9231
Country:Portugal
Oai:oai:repositorio.ucp.pt:10400.14/9231
Description
Summary:O processo de envelhecimento a que se tem assistido, associado ao facto de a passagem à reforma ser cada vez mais tardia (Comissão Europeia, 2004), tem conduzido a uma sensibilização da sociedade em geral para a incontornável necessidade de se manterem os trabalhadores mais velhos em situação de emprego, durante mais tempo (Hessel, 2008). A formação contínua assume, neste contexto, uma via possível para fazer face às novas necessidades ligadas às permanentes evoluções da sociedade através de uma valorização e actualização profissional. Contudo, a literatura tem evidenciado que a participação em formação tende a diminuir com a idade (Instituto Nacional de Estatística [INE], 2009b). O presente estudo tem como finalidade explorar as representações sobre a relação entre envelhecimento e formação, dos intervenientes integrados em determinados contextos organizacionais. O acesso a estas representações tornou-se possível através do contacto com diferentes actores organizacionais. Assim, pretendeu-se compreender as representações dos trabalhadores e, por outro lado, as dos empregadores, sendo que a nossa amostra envolveu nove participantes, dos quais dois eram empregadores (representantes organizacionais) e sete trabalhadores, de duas organizações distintas. Tendo como orientação os princípios da Grounded Therory, procedeu-se ao tratamento de dados e posterior análise dos mesmos. Constatou-se, de um modo geral, que as significações dos trabalhadores e dos empregadores se revelam idênticas no que concerne ao desenvolvimento da formação. Os trabalhadores avaliaram positivamente a sua participação em formação, dado que a consideram uma mais-valia, não a concebendo, contudo, como um contributo para a sua actividade de trabalho. Por sua vez, os empregadores salientaram a importância da realização da formação, sendo este facto eiterado através da obrigatoriedade de participação na mesma. No que concerne aos trabalhadores mais velhos, evidenciou-se a sua resistência à participação em formação. Compreendemos, ainda, que o trabalho desenvolvido pelos trabalhadores parece não ser considerado para a concepção da formação e para as restantes fases do ciclo formativo.