Summary: | O terrorismo não é um epifenómeno, ou seja, não tem uma causa primária, mas tem a sua origem ancorada em múltiplos fatores, é multifacetado e representa historicamente a expressão violenta dessas causas. Quer isto dizer que existem vários tipos de terrorismo. Estes surgem relacionados com os diferentes contextos históricos, que são caracterizados por momentos de ascensão e declínio. É esta ascensão que lhes confere relevância a nível internacional. Neste momento, o terrorismo que mais se destaca é aquele que surgiu na década de oitenta e que tem conseguido adaptar-se, modificar-se e reinventar-se. O Terrorismo Jihadista evoluiu de uma forma vertiginosa e dramática a partir do 11/9. Depois da Al-Qaeda, o grupo que mais tem chamado à atenção é o autodenominado de Estado Islâmico, que anunciou o restabelecimento do Califado em 2014. Destacou-se pelo seu poder económico, pelo território adquirido através do uso estruturado de meios sofisticados de comunicação, por ter sido capaz de induzir a atração de um número significativo de cidadãos, nomeadamente europeus, para partilhar a sua causa. Pretendemos, pois, estudar a sua mensagem pública, nomeadamente a forma como foi disseminada, as técnicas utilizadas para a difundir e o que diz o seu conteúdo. Considerando a complexidade de que se reveste o tema, esta investigação analisará as revistas de propaganda online jihadistas Dabiq e Rumiyah que foram um sustentáculo primário para transmitir as suas ideias, conceitos e orientações. Elas serão um suporte significativo para indagar qual o futuro previsível do Estado Islâmico após a queda do Califado.
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