Summary: | António Manuel Soares dos Reis nasceu em 1847, inscreveu-se na Academia de Belas-Artes do Porto em 1861. Após a conclusão do curso de Escultura, venceu o concurso de pensionista e seguiu para Paris em 1867. Ali, frequentou a École Imperiale et Speciale des Beaux Arts, o atelier de François Jouffroy (1806-1882). Permaneceu em Paris até 1870, quando foi forçado a regressar devido à eclosão da Guerra Franco-Prussiana. Chegado a Portugal a família opôs-se, com veemência, a novos planos de saída. Mas mais determinado era ele e partiu para Roma onde chegou em Janeiro de 1871, decidido a não tomar lições de mestres vivos que lhe tolhessem a liberdade, aproveitando antes os ensinamentos do que via em ruínas, museus e igrejas. Foi em Roma no atelier da rua S. Nicola da Tolentino, que em 1872 começou a trabalhar n’O desterrado. Escultura-declaração, obra maior do Romantismo, peça auto-biográfica e simultaneamente imagem-síntese de um tempo, reflecte a qualidade formal de uma bem assimilada tradição clássica. Este artigo estuda a obra de Soares dos Reis, focando o carácter trágico da (sua) vida.
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