Resumo: | A tuberculose nosocomial, definida como a infecção tuberculosa adquirida por doentes ou profissionais de saúde, numa instituição de saúde como resultado da prestação de cuidados constitui hoje em dia um problema importante. As alterações na apresentação não só pelo facto de o doente de hoje ser mais debilitado mas também pela co-existência com o vírus da imunodeficiência humana, dificultam o diagnóstico e portanto facilitam a transmissão. O risco dos profissionais de saúde depende geralmente dos mesmos factores dos doentes em meio hospitalar, podendo estar aumentada pela frequência, duração e intensidade da exposição e ainda com as funções e locais de trabalho. Visto que Portugal permanece com uma das taxas mais elevadas de tuberculose na União Europeia, os nossos profissionais de saúde também se encontram em maior risco. Para melhor prevenir esta infecção a nível hospitalar, o “center for disease control and prevention” publicou em 1990 as primeiras linhas de orientação, as quais foram reforçadas em 1993/1994 pela “occupational safety and health administration”. Em Portugal as normas existentes baseiam-se nestas linhas orientadoras designando-as “Recomendações para a prevenção da transmissão da tuberculose nos serviços de saúde”. Infelizmente estas normas nem sempre são cumpridas, não só porque os hospitais nem sempre têm condições para tal como pelo facto de os profissionais de saúde não estarem sensibilizados nem informados para a importância do cumprimento de tais normas. É importante assim rever as normas existentes, saber o que tem vindo a ser feito no nosso país e nos nossos hospitais e entender que pontos é que podem ser melhorados e onde se deve intervir.
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