Resumo: | Nos últimos anos a sociedade portuguesa assistiu à emancipação do papel social da mulher, iniciado pela inserção das mulheres no mercado de trabalho (Ferreira, 1999: 202). Desde então, têm vindo a ser legisladas políticas de igualdade de género em várias esferas da sociedade portuguesa. Ainda assim, a esfera política permanece um dos campos onde as desigualdades entre homens e mulheres podem ser mais acentuadamente sentidas (Gorjão, 2001: 273, Monteiro, 2011: 4). As poucas políticas de mudança encetadas até ao presente momento, nesta área, traduzem-se na adoção e implementação da Lei da Paridade. Considerada um dos mais importantes atos de compromisso nacional para com a temática da igualdade de género, será analisada a implementação da Lei da Paridade, focada ao nível local mas complementada com uma análise geral dos restantes níveis abrangidos pela mesma (nacional e europeu). Através da exploração das resistências e obstáculos encontrados nas estruturas partidárias genderizadas do Partido Socialista no distrito de Viseu, será utilizada a lente Feminista-Institucionalista para responder à seguinte pergunta de partida: quais as principais resistências e/ou obstáculos com que a Lei da Paridade se tem defrontado, durante o seu processo de implementação, ao nível local? Delineou-se igualmente uma subquestão que pretende compreender o que explica que dois municípios semelhantes em termos geográficos, populacionais e políticos detenham graus de sucesso, relativamente à implementação da Lei da Paridade, tão díspares. A metodologia encetada ao longo da dissertação foi predominantemente qualitativa, sendo as conclusões apresentadas, resultantes de entrevistas realizadas a autarcas do PS no distrito de Viseu.
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