Mulheres com linfedema pós cirurgia a cancro de mama: auto-perceção dos efeitos da fisioterapia na qualidade de vida e na funcionalidade

Introdução: as consequências adversas do linfedema pós cirurgia a cancro da mama são hoje bem conhecidas e causam uma considerável incapacidade, com impacto debilitante na qualidade de vida (QdV) e na Funcionalidade. A fisioterapia (FT) intervém nesta patologia, revelando um papel fundamental no aco...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Gonçalves, Márcia (author)
Formato: masterThesis
Idioma:por
Publicado em: 2022
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10400.26/39709
País:Portugal
Oai:oai:comum.rcaap.pt:10400.26/39709
Descrição
Resumo:Introdução: as consequências adversas do linfedema pós cirurgia a cancro da mama são hoje bem conhecidas e causam uma considerável incapacidade, com impacto debilitante na qualidade de vida (QdV) e na Funcionalidade. A fisioterapia (FT) intervém nesta patologia, revelando um papel fundamental no acompanhamento pós-operatório ao cancro de mama e tendo vindo a demonstrar resultados positivos na melhoria da QdV e no aumento da Funcionalidade. Objetivo: analisar o modo como a FT é compreendida pelas doentes com linfedema pós cirurgia a cancro da mama e perceber qual a relação que estabelecem entre a prestação destes cuidados e a sua QdV e Funcionalidade. Métodos: estudo pré-experimental, sem grupo de controlo, com uma amostra de 35 mulheres com linfedema pós cirurgia a cancro de mama. A recolha de dados foi realizada no Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil (IPOLFG). Pressupôs o preenchimento de um questionário sociodemográfico e clínico, de escalas para avaliação da QdV (LYMQOL), Funcionalidade (DASH) e graduação da dor/desconforto (EVN), em 2 momentos distintos, antes e após o términus dos tratamentos de FT, altura em que foi também aplicada uma escala de Likert para avaliar a auto-perceção da FT na QdV e Funcionalidade. Todos os cálculos foram efetuados com recurso ao SPSS, versão 27®, utilizando-se a estatística descritiva para caraterização da amostra e testes paramétricos para avaliar a possível associação entre as variáveis em estudo. O nível de significância utilizado no estudo foi de 5%. Resultados: Após a intervenção da FT, verificou-se uma melhoria da Funcionalidade (DASH p=0.046), da QdV (com diminuição do valor médio dos scores das várias dimensões da LYMQOL, com resultados estatisticamente significativos para a função - p=.011; sintomas - p<0.001 e estado de espírito - p=.015) e na variável dor/desconforto (EVN p<0.001). Confirmou-se uma relação entre as variáveis QdV e Funcionalidade, havendo tendência para quanto pior a funcionalidade, pior a QdV. Por fim, as doentes referiram resultados positivos nos vários domínios, considerando de uma forma geral, que houve contributo da FT na sua melhoria. Conclusão: os resultados sugerem que a FT contribuiu para a melhoria da QdV e para o aumento da funcionalidade, bem como na melhoria da imagem corporal/aparência, dos sintomas/incapacidade, do estado de espírito e da prática laboral das mulheres com linfedema pós cirúrgia a cancro de mama. Foi ainda possível confirmar que estas doentes têm uma perceção favorável em relação à efetividade da FT sobre a sua funcionalidade e QdV efetivas, em diversos domínios que a compõem.