Resumo: | A problemática dos incêndios florestais envolve o questionamento das formas de ocupação e de transformação dos territórios (geralmente no sentido da densificação urbana e abandono das práticas agrícolas), mas deve também iluminar os comportamentos tradicionais e as motivações sociais que contribuem para a persistência dos incêndios florestais. A persistência estrutural dos incêndios florestais deve suscitar a perplexidade do estudioso destes fenómenos, e não só, atendendo ao reforço verificado nas últimas décadas dos meios de combate e de prevenção dos incêndios florestais. Com efeito, a tecnologização crescente dos meios de combate e de prevenção (que implicam, desde anos recentes, a utilização de meios aéreos, o melhor conhecimento geográfico da disponibilidade do recurso-água, a adopção de novos postos de vigia e de meios de comunicação, e o reforço dos recursos humanos mobilizados, entre outros factores) faria supor uma progressiva diminuição dos incêndios florestais.
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