Resumo: | O teletrabalho é um tema pouco explorado na literatura sobre o mercado de trabalho português, pois é uma forma de prestação laboral pouco utilizada. No entanto, como consequência da pandemia, o teletrabalho assume-se como uma solução fundamental para que as empresas continuem ativas e a funcionar num regime tão próximo da normalidade quanto possível. A presente dissertação compara as perceções dos teletrabalhadores habituais e os novos teletrabalhadores, associados à pandemia gerada pela Covid-19, relativamente aos aspetos gerais do teletrabalho e, mais especificamente, às competências necessárias para realizar trabalho à distância. A pesquisa é de natureza exploratória e descritiva, e centra-se na perspetiva do teletrabalhador. A metodologia é qualitativa e assenta em entrevistas a uma amostra de vinte teletrabalhadores. A especificação de competências exigidas partiu de uma lista de competências previamente definida e sujeita à avaliação pessoal dos entrevistados. Os resultados indicaram que o contexto geral afeta a experiência de teletrabalho. Contudo, existem algumas diferenças entre os dois grupos, nomeadamente a própria experiência de trabalho, o suporte dado pela empresa, a produtividade e o contexto familiar. Ademais, todos teletrabalhadores da amostra mencionaram as competências comportamentais e sociais como fundamentais para o teletrabalho. Esta pesquisa centrou-se na perspetiva individual e incentiva a repensar a forma como os indivíduos trabalham fora do local de trabalho. Abre espaço para investigações futuras sobre teletrabalho e as suas consequências para as diferentes dimensões da vida pessoal e profissional.
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