Resumo: | A morte prematura do Prof. Doutor A. H. de Oliveira Marques, em Janeiro de 2007, não possibilitou que este texto fosse incluído na grandiosa obra por ele dirigida sobre a Expansão Portuguesa, no volume destinado ao fim do Império, já que o elaborei a seu pedido para constituir um capítulo sobre o estertor colonial vivido nos últimos anos da ditadura fascista. Passaram-se doze longos anos sobre a data do início da redacção (2002) e esperei, depois da morte de Oliveira Marques e da certeza de que a obra para o qual fora concebido ficaria incompleta, pelo menos nos parâmetros por ele pensados, uma oportunidade para este estudo ver a luz do dia sob a forma de uma pequena brochura ou, eventualmente, numa revista que o acolhesse, pese embora a sua dimensão. Mas foi ficando esquecido algures no disco rígido dos meus computadores sem servir a ninguém. Neste interregno mais obras sobre a guerra colonial se publicaram, contudo, julgo, este trabalho continua a ter utilidade, pois dá uma visão rápida do que se passou em treze anos de guerra sem se prender só e somente ao conflito militar, mas procurando enquadrá-lo nos antecedentes e destacar as envolventes políticas de que ele se rodeou. Não se trata de um ensaio de aprofundamento histórico, mas de uma síntese onde o leitor curioso que deseja apreender de uma só vez as linhas mais fundamentais do que foi a resistência de Portugal à inevitável descolonização o pode fazer encontrando alguns aspectos inéditos e, acima de tudo, uma concatenação entre os três teatros de guerra, os palcos políticos, os meios e armamentos usados e a preparação da guerrilha para a guerra. Acredito que, repousando no repositório da universidade que me acolheu e onde há vinte e três anos lecciono, este ensaio pode servir à comunidade científica, citando-o como mais um trabalho explicativo de um tempo que já tem distanciamento histórico para poder ser referido.
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