A cidadania da criança: da submissão à participação ativa e responsável

O descobrimento da infância, dos seus direitos, das suas reais necessidades é um assunto que continua a apaixonar inúmeros investigadores que se preocupam com o lugar da criança no seio da sociedade. Uma incursão ao interior da história revela-nos diferentes e por vezes até invulgares olhares que ma...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Freire Ribeiro, Ilda (author)
Formato: conferenceObject
Idioma:por
Publicado em: 2012
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10198/7455
País:Portugal
Oai:oai:bibliotecadigital.ipb.pt:10198/7455
Descrição
Resumo:O descobrimento da infância, dos seus direitos, das suas reais necessidades é um assunto que continua a apaixonar inúmeros investigadores que se preocupam com o lugar da criança no seio da sociedade. Uma incursão ao interior da história revela-nos diferentes e por vezes até invulgares olhares que marcaram o posicionamento dos adultos para com os seus menores, congruentemente com a especificidade que é atribuída à infância em épocas particulares. A representação contemporânea da infância é consequência das modificações e transformações que se produziram ao longo do tempo acompanhando todas as evoluções e ideologias. Com a democratização das sociedades foi reposicionado o lugar do homem na sociedade bem como o da criança. É certo que este foi um longo processo, cheio de obstáculos e entraves, mas pensamos que foi possível. O percurso passa por diversas etapas, desde a criança submissa até à criança-cidadã. O lugar que a criança ocupava na sociedade, na família e a sua relação com os adultos apresentava-se de variadas formas, algumas delas bem contraditórias. Concomitantemente, a educação que era seleccionada para a criança, divergia em função do género. Tradicionalmente era através da participação na vida comum e de imitação dos adultos, que a criança aprendia os costumes, os comportamentos, os direitos e as proibições que a faziam adaptar-se ao meio familiar e social. Tradicionalmente, as relações existentes entre adultos e crianças estavam imbuídas pelo carácter patriarcal da família, estando os interesses da criança relegados para segundo plano. Tradicionalmente, a cidadania era delegada ao homem da casa, adulto e livre, sendo excluídos as mulheres, os escravos e as crianças. Segundo Sarmento, Soares e Tomás (s.d) as crianças eram excluídas do ato de exercer a sua cidadania essencialmente pela sua idade e pelas características bio-psicológicas que lhe eram inerentes, como a sua imaturidade, vulnerabilidade e outras consideradas essenciais à participação democrática e ativa na sociedade. Tradicionalmente o ser criança ficou na escuridão, sem fala, sem direitos e sem atenção.