Summary: | A otite externa é uma doença muito frequente na clínica de pequenos animais, podendo este manifestar-se como uma doença dermatológica subjacente. Este estudo teve como objetivo principal identificar uma otite externa em cães, com um intervalo etário definido, durante uma consulta vacinal de rotina no hospital de pequenos animais. Por outro lado, os objetivos secundários procuraram relacionar a otite com os fatores associados, identificar a microflora presente, compreender e avaliar o conhecimento do dono acerca da otite canina e dos riscos que comporta e considerando as implicações económicas inerentes ao reconhecimento desta patologia externa pelo médico veterinário. Este estudo foi realizado no período de três meses em duas instituições médico veterinárias. Uma das instituições situa-se no distrito de Braga, onde foram recolhidas cinquenta series de cães (n= 50); na outra instituição, no distrito de Lisboa, foram processadas e observadas as amostras. Das amostras recolhidas apenas 6 apresentavam otite unilateral versus bilateral. As series foram avaliadas atendendo aos seguintes parâmetros: questionário ao dono incidindo sobre a respetiva anamnese; exame otológico e otoscópico e exame de citologia auricular. Além disso, metade destes casos tinham historial clínico de otites. No exame otológico, a maioria dos animais que tinham otite externa apresentavam alterações na abertura do pavilhão auricular. No exame otoscópico não são tão evidentes as alterações que condicionam a otite externa, no entanto, grande parte apresenta alterações otoscópicas. Para o estudo das implicações económicas apenas metade dos cães foram submetidos a diagnóstico e tratamento adequado. A outra metade não foi submetida a citologia auricular e não lhes foi diagnosticada otite externa. Na citologia auricular, contagens superiores a cinco Malassezias spp. por campo, cinco cocos por campo, ou a presença concomitante de ambos na serie indicavam a presença de otite infeciosa. Devendo sempre relacionar com a severidade dos sinais clínico apresentados pelo animal. Através do estudo realizado foi possível observar seis cães que desenvolveram uma otite infeciosa.
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