Resumo: | Este trabalho de investigação centra-se na caracterização das várias dimensões do Investimento Direto Estrangeiro (IDE) e o seu impacto na economia angolana e na província do Huambo. É efetuada uma análise às teorias de suporte ao estudo do IDE; é analisada a evolução e o impacto do IDE na economia. Validamos, com recurso à revisão teórica sobre a temática do IDE, a existência de vários mecanismos através dos quais o IDE afeta o crescimento económico e social do país recetor. Identificamos a existência de um fluxo negativo do IDE em Angola nos últimos anos o que pode indiciar o repatriamento de lucros das subsidiárias provocando a saída de fundos do país. O estudo efetuado, de natureza quantitativa, e com recurso aos dados disponibilizados pela Agência Nacional de Investimento Privado de Angola, permite identificar que a quase totalidade do investimento privado e estrangeiro efetuada em Angola é centrado na província de Luanda. Em 2013 o investimento privado efetuado no Huambo apenas representou 0,6% do total realizado em Angola e 0,3% do IDE. A análise da informação encontrada não permitiu validar a existência de nenhuma política ou instrumento de captação de investimento estrangeiro, definida no sentido de descentralizar o investimento ao longo das diferentes províncias do país. O estudo permitiu ainda concluir que o crescimento do PIB angolano é positivamente afetado pelo stock de investimento direto estrangeiro efetuado em Angola; que o fluxo de IDE afeta negativamente a balança de pagamentos do país, corroborando a ideia de um repatriamento de lucros superior ao investimento efetuado no país; que o IDE afeta negativamente o índice de desenvolvimento Humano (IDH) de Angola; que o IDE é afetado positivamente pelo sistema e estrutura política do país, indicando o peso e a importância da estabilidade política e social na captação de investimento direto estrangeiro.
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