Summary: | O perfecionismo tem suscitado um contínuo e constante interesse por parte de investigadores e clínicos. O Modelo 2x2 do Perfecionismo é um dos modelos explicativos que têm surgido para melhor esclarecer o perfecionismo. Este modelo dimensional propõe que o perfecionismo auto-orientado (PAO) e o perfecionismo socialmente prescrito (PSP) coexistem em cada indivíduo em diferentes níveis, e que a combinação destas facetas origina quatro subtipos de perfecionismo (i.e., Não Perfecionismo, PAO Puro, PSP Puro e Perfecionismo Misto). Dado que a investigação ao nível do distresse percebido, da regulação emocional cognitiva (REC) e das cognições perfecionistas ainda é pouco conclusiva, o presente trabalho tem como principal objetivo testar as hipóteses apresentadas pelo Modelo 2x2 do Perfecionismo, no estudo destas variáveis. A amostra foi composta por 213 adultos portugueses (72.8% do sexo feminino), com idades compreendidas entre os 18 e os 62 anos (M = 34.07, DP = 12.04). Os participantes responderam a um Questionário Sociodemográfico, a duas subescalas da Escala Multidimensional de Perfecionismo (PAO e PSP, da HMPS), à Escala de Perceção de Stresse (EPS), ao Inventário de Cognições Perfecionistas (PCI), e ao Questionário de Regulação Emocional Cognitiva (CERQ). Os resultados permitiram observar que, com determinadas estratégias adaptativas de REC, é possível confirmar as quatro hipóteses do Modelo 2x2. Porém, ao nível do distresse percebido, das estratégias mal-adaptativas de REC e das cognições perfecionistas, foi verificado suporte parcial ou quase total às hipóteses deste modelo. No âmbito do presente trabalho, conclui-se que os quatro subtipos de perfecionismo tendem a relacionar-se diferenciadamente com o distresse percebido e com indicadores de estilo cognitivo (i.e., REC e cognições perfecionistas), o que salienta a importância de desenvolver programas cognitivos de prevenção e de intervenção na saúde mental, específicos para cada subtipo de perfecionismo
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