A Importância da hidrodinâmica na definição de estratégias de descarga em ambientes estuarinos : um caso de estudo

Os processos físicos associados à circulação e transporte das águas estuarinas têm uma influência significativa na variação dos indicadores de qualidade da água e, consequentemente, no seu estado ecológico. Os processos de eutrofização dos ambientes estuarinos estão muitas vezes associados ao efeito...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Duarte, António A. L. Sampaio (author)
Other Authors: Vieira, J. M. Pereira (author)
Format: conferencePaper
Language:por
Published: 2008
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/1822/18376
Country:Portugal
Oai:oai:repositorium.sdum.uminho.pt:1822/18376
Description
Summary:Os processos físicos associados à circulação e transporte das águas estuarinas têm uma influência significativa na variação dos indicadores de qualidade da água e, consequentemente, no seu estado ecológico. Os processos de eutrofização dos ambientes estuarinos estão muitas vezes associados ao efeito combinado do assoreamento dos seus braços, responsável pelo incremento significativo dos respectivos valores do tempo de residência, com o das actividades antropogénicas geradoras de descargas excessivas de nutrientes, provenientes da lixiviação dos terrenos agrícolas e do lançamento de águas residuais domésticas. Este fenómeno pode provocar, além dum aumento da cor e turvação, uma redução das concentrações de oxigénio dissolvido e da biodiversidade, favorecendo, sazonalmente, a ocorrência de florescências algais e consequente libertação de substâncias tóxicas (neurotoxinas), pondo em risco a utilização dessas águas como origem dos sistemas de abastecimento de água para consumo humano. Esta comunicação insere-se no âmbito do estudo da influência da hidrodinâmica na vulnerabilidade de sistemas estuarinos a processos de eutrofização, aplicado ao caso do estuário do rio Mondego, e tem como principais objectivos demonstrar a importância da consideração dos mecanismos de transporte e de dispersão dos meios hídricos receptores na definição de estratégias de descarga de cargas poluentes (local, momento, intensidade, duração) e sensibilizar os gestores e os decisores políticos para a necessidade de considerar a capacidade de renovação destes ecossistemas aquáticos quando da fixação dos limites legais dos parâmetros utilizados para caracterizar as descargas de fontes poluidoras. Na verdade, a severidade duma descarga não deve ser caracterizada apenas em função da concentração de cada poluente (conforme prescrito na legislação europeia), mas sim das respectivas cargas e sobretudo da capacidade de renovação do meio hídrico receptor.