Summary: | Este trabalho pretende analisar a «questão das subsistências» em Portugal, no período da Primeira Guerra Mundial, a partir do estudo do caso portuense. Com o deflagrar da Grande Guerra acentuaram-se as debilidades que o país apresentava no que respeitava à produção de bens alimentares, nomeadamente dos cereais. Os preços aumentaram, começaram a aparecer fenómenos de açambarcamento e de contrabando. Por fim, depois do inverno de 1916-1917, a fome fez a sua aparição. Nesse inverno, os Aliados tinham reforçado o bloqueio à Alemanha, tendo esta reagido violentamente, coma guerra submarina no Atlântico, procurando cortar o abastecimento aos países aliados Em todo o lado faltavam matérias-primas e alimentos. Todos os países, beligerantes ou não, mergulharam no caos. Uns mais que outros, mas a maioria, como Portugal, sofreram uma grave crise de subsistências, inflação e fome, acompanhadas por uma crescente agitação operária e popular, greves, motins de rua, insurreições militares e revoluções. Tendo em conta este contexto geral e depois de analisada a legislação produzida para fazer face à questão das subsistências, bem como o grau de eficácia dessa legislação, esta dissertação entra no cerne da problemática em estudo: a situação no Porto, tendo em conta os aspectos particulares da crise nesta cidade, a acção do Governo Civil, a génese da Comissão Municipal de Subsistências e os seus objectivos. [...]
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