Summary: | Apesar dos estudos de microcosmo e mesocosmo terem um papel importante no procedimento de registo dos pesticidas, a extensão pelos quais os resultados dos diferentes estudos de modelos de ecossistema poderem ser extrapolados para outros casos é ainda um assunto de debate. Esta tese pretende contribuir para a discussão sobre a influência local, temporal e dos factores metodológicos nos resultados dos estudos do microcosmo. Para este efeito, foram efectuados estudos do microcosmo com água doce em condições experimentais distintas e os efeitos do tratamento e o destino comparados com os reportados em experiências similares. As experiências com pequenos microcosmos laboratoriais com aplicações únicas de clorpirifos, linurão e carbendazim nem sempre previram as respostas exactas, tal como observado em experiências com modelos de ecossistema em larga escala. Uma vez que os sistemas utilizados eram fechados e não continham sedimento nem macrófitas, os pesticidas eram mais persistentes e os valores de toxicidade calculados tornaram-se mais comparáveis com os estabelecidos nas experiências com exposição prolongada. As implicações e as recomendações para a metodologia de estudos de avaliação de risco aquático são discutidos na secção discussão geral. Uma experiência do microcosmo na Tailândia, lidando com múltiplas aplicações de clorpirifos, conduziu à conclusão que o tempo de aplicação tem uma elevada influência nos efeitos do insecticida nas comunidades de água doce. Isto é explicado em relação às fases da população das comunidades de zooplâncton no momento da aplicação. Os valores de toxicidade calculados nos estudos do microcosmo tropical depois de aplicações únicas de pesticida estavam dentro da gama (clorpirifos e carbendazim) ou mais elevado (linurão) que os reportados em estudos temperados. Assim, estes resultados suportam o uso de dados de toxicidade de estudos de ecossistemas modelo levados a cabo em zonas temperadas para a avaliação de risco ambiental em países tropicais.
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