| Resumo: | Conhecer e reconhecer o património cultural local, é um dos fundamentais objetivos sociais e educacionais das políticas governamentais atuais. A História das populações e a consciência da nossa relação com a mesma, através do contato com o património material e imaterial, permite-nos desenvolver afinidades com a memória coletiva, tão determinante para a identidade dum povo. É na relação do “eu” com o meio e nas nossas origens, que se forma a nossa identidade, e é da relação com o meio envolvente e comunitário, que se determinam as nossas mais primordiais relações de pertença e identidade. Neste sentido, a busca deste encadeamento entre os indivíduos e o património mostra-se determinante e necessária, daí decorrendo uma melhor perceção do contexto social e cultural atual. A educação e os métodos didáticos do ensino das artes, adquirem aqui, um papel fundamental na concretização deste objetivo. Transversalmente no ensino das artes visuais, é permitido duma forma prática e espontânea, que as afinidades entre os alunos e as manifestações culturais e históricas envolventes, se concretizem. Adquirindo esta conexão necessária, os alunos estarão aptos para uma maior compreensão das tradições, da comunidade e do contexto histórico. Resultante destas ligações e do reconhecimento das mesmas, será ainda mais inteligível a compreensão das práticas artístico-culturais quotidianas, resultantes da influência e ação dos costumes historicamente adquiridos. O estudo apresentado, resulta da experiência em Prática Supervisionada, e pretende explorar as afinidades que se estabelecem entre o indivíduo/aluno e o património cultural local, no decorrer do processo criativo. Esta investigação, usando a metodologia de investigação-ação, indica-nos de forma expressiva, que durante os processos de criação é possível estabelecer essas afinidades, permitindo aos alunos conhecer e reconhecer o património cultural local, criando ligações, através das técnicas utilizadas durante o processo criativo em artes, resultantes da sua própria exploração e desconstrução da problemática projetual proposta. Da didática das artes e da sua flexibilidade, emerge no aluno uma melhor e maior consciência do seu meio envolvente, da sua própria noção de identidade, de identificação com as tradições, e assim, espontaneamente, acabam por se estabelecer preocupações relacionadas com a conservação e preservação do próprio património, valorizando-o.
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