Resumo: | Esta tese tem por objeto de estudo a abstenção eleitoral em Portugal, nas eleições legislativas, presidenciais e europeias nos últimos quarenta anos. São vários os modelos teóricos existentes para explicar a abstenção eleitoral, desde o modelo de Michigan, ao modelo de Columbia, passando pela teoria racional, e pela teoria da integração social de forma a apresentar as diferentes interpretações e explicações da participação eleitoral. As taxas de abstenção nas eleições legislativas, presidenciais e europeias nos últimos quarenta anos em Portugal não têm cessado de crescer apesar de se ter já detetado que o abstencionismo técnico é um fator com grande peso nestes resultados. Quando comparadas com as taxas de abstenção de outros países europeus, que também crescem, desde a década de 90 do século XX, verifica-se que o crescimento da abstenção em Portugal é mais acentuado ainda. São vários os fatores que poderão influenciar o fenómeno da abstenção, o sistema político, o sistema eleitoral, o sistema partidário e a importância das eleições. Considerando os possíveis efeitos da abstenção no sistema político e na democracia, a abstenção eleitoral não colocará em risco a legitimidade da democracia uma vez que é expectável que exista sempre uma percentagem residual de abstenção como condição de normalização do sistema de democracia representativa.
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