Lesões leucoplásicas nos utentes da Clínica Dentária Universitária : um estudo retrospetivo de 17 anos

Introdução: A leucoplasia oral é uma placa branca que não pode ser caracterizada clínica ou patologicamente como qualquer outra doença conhecida. É a lesão potencialmente maligna mais comum na cavidade oral. A sua prevalência varia entre os estudos científicos e é afetada por fatores como tabagismo...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Aldagistani, Amirah (author)
Format: masterThesis
Language:por
Published: 2022
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10400.14/38564
Country:Portugal
Oai:oai:repositorio.ucp.pt:10400.14/38564
Description
Summary:Introdução: A leucoplasia oral é uma placa branca que não pode ser caracterizada clínica ou patologicamente como qualquer outra doença conhecida. É a lesão potencialmente maligna mais comum na cavidade oral. A sua prevalência varia entre os estudos científicos e é afetada por fatores como tabagismo e álcool. A leucoplasia oral não tem etiologia conhecida. Os locais mais comumente afetados são: mucosa jugal, pavimento da boca e face ventral e lateral da língua. Distinguem-se dois subtipos clínicos, homogéneo e não-homogéneo. Objetivos: Verificar a prevalência de leucoplasia oral nos Utentes da Clínica Dentária Universitária através de uma análise retrospetiva de 17 anos; avaliar as características clínicas e histológicas da leucoplasia; determinar os fatores de risco subjacentes; e avaliar o comportamento ou eventual transformação maligna de cada lesão. Materiais e métodos: Este estudo retrospetivo de 17 anos foi realizado na Clínica Dentária Universitária da Universidade Católica Portuguesa, em Viseu. Foi realizada uma análise estatística descritiva e inferencial dos dados clínicos e anatomopatológicos de 11 pacientes que apresentaram um diagnóstico definitivo de leucoplasia oral. Foram analisadas as seguintes variáveis: género; idade; presença de fatores de risco (tabaco, álcool); localização; subtipos de leucoplasia; padrão histológico e evolução temporal da lesão. Os dados foram analisados pelo software SPSS versão 27.0. Foi utilizado um nível de significância de 5%. Resultados: A prevalência da leucoplasia oral entre os utentes da Clínica Dentária Universitária foi de 12.09%. A mucosa jugal foi a zona mais afetada (36.36%), seguida pela língua (27.27%). O subtipo clínico homogéneo foi o mais frequente (81.82%). Os hábitos tabágicos foram detetados em 27.27% dos pacientes enquanto os alcoólicos estavam presentes em 18.18% dos pacientes. A maioria dos pacientes (81.82%) não apresentava displasia epitelial no exame anatomopatológico. 81.82% dos pacientes não apresentaram acompanhamento clínico durante 12 meses, 9.09% apresentaram regressão da lesão leucoplásica e 9.09% apresentaram aumento de tamanho da lesão. Conclusão: A prevalência da leucoplasia oral entre os utentes da CDU foi consideravelmente elevada. Os resultados do nosso estudo não foram estatisticamente significativos, mas foi possível verificar predominância do subtipo clínico homogéneo e ausência de displasia oral na maioria dos pacientes. Os fatores de risco, entre eles, o tabagismo e o alcoolismo parecem estar relacionados com a presença desta lesão. A maioria dos pacientes da CDU não compareceram às consultas de controlo.