Fazer Fact-Checking em Portugal

As novas possibilidades do mundo conectado abriram brechas para os fenómenos político-culturais de pós-verdade, factos alternativos e de massificação de conteúdos falsos. Todas estas manifestações colocaram o jornalismo numa posição de fragilidade, pedindo por novos projetos que reforcem a sua credi...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Oliveira, Florence Antonieta Geneviève Supplisson (author)
Format: masterThesis
Language:por
Published: 2021
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10400.6/11042
Country:Portugal
Oai:oai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/11042
Description
Summary:As novas possibilidades do mundo conectado abriram brechas para os fenómenos político-culturais de pós-verdade, factos alternativos e de massificação de conteúdos falsos. Todas estas manifestações colocaram o jornalismo numa posição de fragilidade, pedindo por novos projetos que reforcem a sua credibilidade, tal como a verificação de factos. A prática de fact-checking foi iniciada na década de 1990 com o cuidado de verificar e corrigir o discurso político. Da necessidade crescente de validar e reagrupar os fact-checkers criouse, em 2015, a International Fact Checking Network. Com o objetivo de perceber como é feita a verificação de factos em Portugal, esta dissertação procura, através de uma análise de conteúdo, perceber a evolução, origem e execução dos mecanismos de fact-checking, a partir dos fact-checks realizados pelo Observador e pelo Polígrafo, em 2019. Esta investigação permitiu observar que as parcerias e as iniciativas de verificação de factos têm aumentado, principalmente em períodos de campanha eleitoral. Foi igualmente constatado que estas produções são, essencialmente, motivadas pelo número de compartilhamento de informação e, principalmente, de desinformação nas redes sociais. Observa-se, desta forma, um afastamento da função inicial de análise de discurso político que foi desvirtuada para o combate às notícias falsas. Deste trabalho, ainda se conclui que, nem sempre os fact-checkers seguem os princípios estabelecidos pela rede global a qual pertencem, não existindo assim uma padronização da metodologia de verificação de factos.