Summary: | O objecto deste estudo é a transformação que se dá na baleação costeira portuguesa (Açores, Madeira e Continente) entre 1937 e 1958 a partir dos dois fenómenos de industrialização e integração na organização corporativa das pescas. À partida estes fenómenos estão profundamente relacionados com o Estado e as opções de política económica tomadas na época. Por um lado, as iniciativas na transformação dos meios de produção estarão sujeitas à intervenção administrativa pela restrição da concorrência entre privados e o favorecimento a investimentos considerados de “interesse nacional”. Por outro, a organização corporativa dos sectores produtivos do País reflectirá mais a intervenção do Estado do que a autodirecção económica e social que os modelos doutrinários atribuíam às corporações. Ao longo do exercício procuramos debater as intersecções entre uma pequena indústria sediada nas Ilhas Adjacentes e as instituições que lhe foram impostas pelo Estado Novo. A análise permitiu-nos estabelecer uma hipótese de partida: a construção de unidades industriais e a formação de um grémio patronal de “armadores” parece um processo unívoco, com os mesmos actores, embora sujeito a vários condicionalismos.
|