Summary: | A presente dissertação oferece um importante testemunho sobre a vida e obra de Manuel Gomes da Costa (1921-2016) – um dos principais arquitectos responsáveis pela introdução do movimento moderno no Algarve –, contribuindo significativamente para o conhecimento geral da cultura do modernismo arquitectónico português e para uma maior consciencialização sobre a importância do seu legado – ainda pouco divulgado e pouco respeitado enquanto património cultural edificado e parte da cultura e identidade algarvia. Durante a sua formação académica na Escola de Belas-Artes do Porto, foi aluno de Carlos Ramos, participou em duas edições das EGAP e integrou o grupo ODAM. Após o CODA em 1953, estabeleceu-se definitivamente no Algarve, projectando e construindo mais de quatro centenas de obras durante a segunda metade do século XX, com destaque para Faro – cidade onde se radicou a nível profissional –, Vila Real de Santo António – cidade de onde é natural –, Tavira, Olhão e Aljezur. A sua versão regional do modernismo do pós-guerra – que se traduz na combinação entre características internacionais do pós-guerra (nomeadamente a influência de Le Corbusier e da arquitectura moderna do Brasil) e algumas características presentes na arquitectura popular algarvia – acaba por se tornar uma tendência predominante em Faro a partir da década de 1960, evoluindo para um estilo mais livre e pessoal no final da sua carreira.
|