Qualidade do sono em estudantes universitários

Objectivo: Descrever a prevalência da insónia e perda de sono por preocupações e correlatos com sexo, outros aspectos relacionados com sono, factores psicológicos e saúde percebida, especificamente para analisar as semelhanças e diferenças entre os dois tipos de problemas de sono e suas associações,...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Faria, Carlos Eduardo Couto (author)
Format: masterThesis
Language:por
Published: 2015
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10316/31437
Country:Portugal
Oai:oai:estudogeral.sib.uc.pt:10316/31437
Description
Summary:Objectivo: Descrever a prevalência da insónia e perda de sono por preocupações e correlatos com sexo, outros aspectos relacionados com sono, factores psicológicos e saúde percebida, especificamente para analisar as semelhanças e diferenças entre os dois tipos de problemas de sono e suas associações, em estudantes universitários. Metodologia: 713 estudantes (65,6% do sexo feminino), idade média de 19.29 anos, completaram questionários que avaliaram a insónia (item do Inventário de Personalidade de Eysenck), a perturbação do sono por preocupações (item do General Health Questionnaire), outros aspectos de sono-vigília, activação pré-sono, activação, coping, neuroticismo, extroversão, percepção de saúde, stresse académico e humor/afecto. Resultados: A prevalência (“Muitas vezes/Quase sempre”) de perturbação do sono por preocupações era mais elevada (33.2%) do que a prevalência de insónia (10.2%). Insónia (“Muitas vezes/Quase sempre”) foi relatada por 10.5% das raparigas e 9.8% dos rapazes. A prevalência de perturbação do sono devido a preocupações era mais elevada nas raparigas (40.6%) do que nos rapazes (19.2%). Insónia e perturbação do sono por preocupações estavam significativamente correlacionadas com a percepção do estado de saúde e a maioria das variáveis sono, sendo os coeficientes mais elevados com o índice de qualidade do sono (r’s=.511; p’s <.001). A correlação entre insónia e perturbação do sono por preocupações era elevada (r=.541; p <.001). As duas queixas de sono também mostraram estarem relacionadas com quase todas as variáveis psicológicas investigadas. A análise de regressão múltipla realizada separadamente por tipo de queixa de sono mostrou que a activação cognitiva pré-sono (=.372; p<.001); a percepção de saúde (==-.075; p=.057), a tendência para preocupação (=.086; p=.051), NEO-PI-R faceta de ansiedade (=.085; p=.061), activação somática pré-sono (=.099; p=.023) e afecto positivo ( =-.085; p=.035) foram predictoras significativas de insónia enquanto que activação cognitiva pré-sono ( =.353; p<.001), apercepção de saúde ( =-.093; p =.008), tendência para preocupação ( =.153; p<.001), stresse académico ( =.129; p=.005), activação (=.127; p=.006) e sexo ( =.118; p=.001) foram predictoras significativas de perturbação do sono por preocupações. Conclusões: Insónia e perturbação de sono por preocupações são muito prevalentes em jovens estudantes. Ao contrário da insónia, com taxas semelhantes nos dois sexos, a frequência da perturbação de sono por preocupações era muito mais frequente no sexo feminino que no masculino. Este estudo sugere que as características, traço de tendência para preocupação e activação cognitiva ao deitar, podem desempenhar um papel importante na disrupção do sono por preocupações e insónia. Os resultados também sugerem que a perturbação do sono por preocupações pode configurar um fenótipo particular do constructo multidimensional de perturbações de sono. Intervenções focadas na preocupação, reactividade emocional e stresse emocional podem melhorar a qualidade do sono dos jovens, particularmente do sexo feminino.