Resumo: | A elaboração do presente relatório surge no âmbito da unidade curricular de Seminário II, unidade integrante do mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1.º Ciclo do Ensino Básico, da Escola Superior de Educação de Santa Maria do Instituto Superior Politécnico Gaya. O seu propósito é a realização de um projeto de investigação integrado em contexto de prática pedagógica, relacionado com o ensino, a aprendizagem e o desenvolvimento dos alunos, com o intuito de refletir de forma crítica e contextualizada sobre as Estratégias de Ensino-Aprendizagem da Matemática no 1.º Ano do 1.º Ciclo do Ensino Básico recorrendo a Materiais Manipuláveis Estruturados para o Trabalho de Operações com Números Naturais. A escolha do tema poderia incidir sobre qualquer uma das áreas do Currículo do 1.º Ciclo do Ensino Básico, no entanto, optamos por explorar a área da Matemática. Dado o nosso interesse pela área, e a vontade de aplicar e adequar (“novas”) estratégias de ensino, de forma a ir de encontro aos interesses e necessidades do grupo, assim como à importância da Matemática, como ciência, e à sua presença no quotidiano de qualquer cidadão. Esta opção foi consolidada ao ser verificado que uma das dificuldades apresentadas pelo grupo era relativa à Matemática, (quando iniciámos o estágio, mais precisamente durante as aulas em que foram lecionados os algarismos 7, 8 e 9). Neste contexto foi observado que uma percentagem significativa dos alunos da turma (do 1º ano), cerca de 47%, demonstrava dificuldades na resolução de operações aritméticas (adição e subtração) com algarismos de valor superior a 51. No entanto, tivemos algum receio que as estratégias utilizadas pudessem influenciar de forma negativa quem já conseguia resolver as operações sem limitações, visto que a utilização dos MME poderia, a nosso ver, levar a um retrocesso no seu processo de ensino-aprendizagem. Outro anseio sentido durante o desenvolvimento do projeto, foi a generalização, visto que não podemos tomar como absolutas as conclusões obtidas, 1 Nomeadamente na realização de contagens, os alunos debatiam-se com a passagem da utilização de apenas uma mão para duas, não contavam os dedos todos, isto é, na ação de “levantar” os dedos na adição e “baixar” os dedos na subtração, alguns dedos não eram contados. Esta questão poderia estar, no nosso ponto de vista, a influenciar os resultados obtidos nas operações realizadas. Estratégias de Ensino-Aprendizagem da Matemática no 1.º Ano do 1.º Ciclo do Ensino Básico recorrendo a Materiais Manipuláveis Estruturados para o Trabalho de Operações com Números Naturais 2 referem-se a um grupo em particular, são relativas às dificuldades que tinham, e a sua resposta aos MME não significa que noutros contextos a resposta será a mesma. Optamos então por mostrar as vantagens da utilização dos MME, não impondo a sua utilização, mas levando à perceção das suas mais-valias, por exemplo, a sua utilização como auxiliares na resolução das operações ou na verificação dos resultados obtidos. Foi nosso intuito refletir sobre que recursos poderiam ser utilizados para ajudar os alunos a ultrapassarem os obstáculos observados, de forma ao processo de ensino-aprendizagem não se limitar ao manual escolar, característica do ensino tradicional, mas sim atribuir-lhe um carácter mais lúdico. Neste contexto emergiu a definição de uma questão que refletisse o objeto do estudo, que se relaciona com a eficiência do recurso a MME durante o processo de ensino-aprendizagem da adição e da subtração numa turma do 1.º ano. Para trabalhar a temática, foi escolhida a metodologia de investigação-ação, pelo seu carácter dinâmico, prático, e reflexivo, aspetos que, simultaneamente, auxiliam a que seja possível agir e num mesmo momento reformular e reorientar o estudo, sendo que iremos recorrer aos MME, Ábaco e Barras de Cuisenaire, como principal estratégia para testar a utilização de estratégias de ensino-aprendizagem das operações com números naturais, objetivo geral do projeto.
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