| Summary: | Este trabalho decorre de um questionamento permanente que perpassa o nosso trajeto profissional em que desempenhámos o cargo de diretor de turma num período de crescente autonomia da escola e de sucessivas mudanças organizacionais. A motivação inicial emergiu também da vivência ambivalente e inquietante da função de diretor de turma, que fomos exercendo entre o discurso normativo e funcional da escola/Tutela e as tomadas de decisão e resoluções singulares inerentes às particularidades e idiossincrasias dos diferentes grupos turma e respetivas comunidades familiares e locais, com os quais interagimos em diferentes anos e zonas do país. O estudo foi estruturado em duas partes: a primeira, mais teórica, de enquadramento da problemática, mobilizando os contributos de vários autores e convocando os normativos legais, a segunda, mais prática, de apresentação dos contextos do estudo e explicitação das experiências pedagógicas e comunitárias. Na primeira parte desenvolvemos quatro pontos estruturantes e complementares: começámos pela interpretação da escola enquanto organização, desenvolvemos os modelos de escola que servem de respaldo à problemática: o modelo burocrático, o modelo político e o modelo comunitário/colegial; prosseguimos a análise pelos trilhos da autonomia da escola numa perspectiva diacrónica de produção legislativa e interpretação concetual de vários autores; caraterizámos e problematizámos o perfil multifuncional do diretor de turma e refletimos a relação dinâmica entre Escola- Família, mediada pelo diretor de turma, tendo em vista a promoção do sucesso educativo dos alunos. Na segunda parte apresentámos e caraterizámos o meio socioeconómico, histórico e cultural, o agrupamento de escolas e a turma, bem como referenciámos o projeto de escola focalizado na interação Escola-Família e o Projeto Curricular de Turma, cuja ação concertada do conselho de turma, diretora de turma e representantes/ encarregados de educação foi nuclear no sucesso educativo dos discentes. Finalizámos o estudo com a reflexão crítica da realidade complexa e compósita que é atualmente a escola e os consequentes e emergentes desafios que se colocam aos professores, em particular aos diretores de turma, nomeadamente o estabelecimento de uma interação profícua com os docentes da turma, os pais/encarregados de educação e os parceiros locais na conceção, implementação e avaliação de projetos inter e transdisciplinares, no âmbito da autonomia curricular concedida.
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