Summary: | INTRODUÇÃO: A impossibilidade de definir pré-operatoriamente a evolução e o prognóstico dos tumores mesenquimatosos digestivos dificulta, frequentemente, a decisão terapêutica. OBJECTIVOS: avaliar a evolução dos tumores mesenquimatosos do tubo digestivo superior e definir que características ecoendoscópicas se associam a alteração da lesão inicial. MÉTODOS: avaliámos retrospectivamente as ecoendoscopias e os processos dos doentes com tumor mesenquimatoso sujeitos a vigilância ecoendoscópica por um período mínimo de 30 meses ou até exérese. Registámos as características ecoendoscópicas iniciais e a sua evolução. Usámos o programa SPSS versão 15 para identificar as características ecoendoscópicas preditoras dessa evolução. RESULTADOS: avaliámos por ecoendoscopia 82 doentes. A maioria, 85,4%, das lesões manteve características ecoendoscópicas estáveis. Das 12 cujas características se alteraram, em 8 essa alteração ocorreu nos primeiros 12 meses; 6 tiveram indicação cirúrgica. Associaram-se a alteração das características ecoendoscópicas: a localização no antro (p = 0,038), o padrão heterogéneo (p = 0,018) e a dimensão superior a 20 mm (p = 0,038). As lesões esofágicas apresentaram menos alterações (p = 0,004). CONCLUSÕES: a maioria das lesões manteve as suas características inalteradas, nomeadamente as esofágicas; as lesões do antro, heterogéneas e com mais de 20 mm podem merecer vigilância mais estreita, principalmente nos primeiros 12 meses, ou cirurgia.
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