Summary: | As excelentes condições naturais oferecidas pela região ribeirinha do estuário do Tejo constituíram, desde o Paleolítico inferior, factor decisivo para a ocupação humana. Clima ameno, mais frio e seco nos períodos correspondentes ao desenvolvimento de glaciares nas regiões setentrionais peninsulares; colinas suaves, caracterizando território de fácil acessibilidade; solos férteis, sobretudo na margem norte, derivados em grande parte de rochas basálticas que afloram de Loures a Oeiras e Cascais; rede hidrográfica favorável à circulação de bens e pessoas, até época recente, facilitando o acesso ao estuário; e, por último, a fácil comunicação com o Oceano, foram razões determinantes para que a região ribeirinha do estuário do Tejo, especialmente a margem norte, se constituísse, desde cedo, como poderoso elemento de fixação de populações e privilegiada via de acesso ao interior do território, propícia à exploração das suas riquezas e ao escoamento dos seus produtos. Este trabalho constitui um ensaio sobre a evolução do povoamento da região, especialmente no que concerne à área actualmente ocupada pelo Concelho de Oeiras, ao longo das sucessivas etapas culturais conhecidas pelos seus diversos povoadores. Obviamente que a restrição ao espaço geográfico aludido é puramente artificial; daí que tenhamos recorrido, quando tal se tornava indispensável, a referências à região envolvente. Nos últimos anos, a qualidade de informação de índole arqueológica relativa ao Concelho de Oeiras melhorou de forma notável, tanto em qualidade como em quantidade. Tal facto fica a dever-se à criação de uma estrutura camarária, o Centro de Estudos Arqueológicos do Concelho de Oeiras, fruto do apoio dispensado, globalmente, pelos Executivos Camarários e, em especial, pelo Dr. Isaltino Morais que, ano após ano, tem acompanhado pessoalmente o nosso trabalho.
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