Resumo: | As exigências do mercado de trabalho nas últimas décadas, vêm consumindo a energia física e mental dos trabalhadores, abalando a sua dedicação e motivação. Como consequência os níveis de desempenho e de produtividade, podem resultar numa insatisfação, que no caso dos enfermeiros, particularmente nos especialistas em reabilitação, podem mesmo reflectir-se na qualidade dos cuidados prestados. Nesta perspectiva, o objectivo geral deste estudo consiste em analisar a satisfação profissional dos enfermeiros de reabilitação e identificar as variáveis que interferem nessa satisfação. Metodologia: Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo, correlacional, de corte transversal e retrospectivo. A amostra é do tipo não probabilístico acidental, constituída por 62 enfermeiros especialistas em reabilitação, a exercer funções em instituições de saúde do centro do país. O instrumento de colheita de dados integra, para além da caracterização sociodemográfica e profissional, o Maslach Burnout Inventory – General Survey (MBI-GS), o Inventário Clínico de Auto-Conceito e o Índice Descritivo do Trabalho (JDI). Resultados: O estudo mostra que as mulheres se encontram mais satisfeitas que os homens (76.2% 70.0%), contudo as diferenças não são significativas. À maior Idade corresponde maior grau de satisfação pelos Enfermeiros de Reabilitação, sendo a idade responsável por 6.7% da variância da satisfação profissional. Verificamos ainda que os enfermeiros que exercem funções especializadas, que só trabalham num único local, e que têm um contrato de trabalho por tempo indeterminado são os mais satisfeitos, contudo as diferenças encontradas não são significativas. Já os que que praticam Roulement apresentam maior satisfação profissional face aos que trabalham em horário fixo, sendo as diferenças estatisticamente significativas. Constatámos ainda que 3.2% dos participantes, está em burnout, tem uma média de autoconceito de 70.08, sendo o valor médio do sexo masculino superior ao do sexo feminino. Os resultados obtidos evidenciam associação negativa com o auto-conceito. Conclusão: Constatamos que a maioria dos enfermeiros especialistas se apresentam satisfeitos com o trabalho que realizam (74.2%), contudo 25.8% não se encontra nem satisfeito, nem insatisfeito. Apesar disso, pensamos que devem ser implementadas estratégias de intervenção que melhorem a satisfação no trabalho, promovam a saúde e o bem-estar dos enfermeiros de reabilitação, tendo também em vista a melhoria dos cuidados prestados. Palavras chave: Satisfação profissional; Enfermeiros especialistas em Reabilitação; Burnout; Auto-conceito.
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