Summary: | A evolução geodinâmica dos Variscidas Ibéricos permite explicar a tectónica deste orógeno no oeste e sudoeste da Ibéria, pela interacção entre três placas ou terrenos: Avalónia, Finisterra e Ibéria. A placa Ibéria pode ser subdividida em duas unidades geotectónicas, Zona Centro-Ibérica e Zona Ossa-Morena, separadas pela zona de cisalhamento Tomar-Badajoz-Córdova, a qual corresponde a uma sutura Cadomiana retomada como estrutura em flor transpressiva esquerda, durante o ciclo Varisco. A sutura sudoeste Ibérica coloca a Zona Ossa-Morena do Terreno Ibérico sobre o Terreno Sul-Português, sendo este último correlacionado com a placa Avalónia. A falha transformante direita de Porto-Tomar-Ferreira do Alentejo conecta a sutura sudoeste Ibérica com a sutura noroeste Ibérica, durante o Ciclo Varisco. Entre Tomar e Porto esta falha separa a Zona Centro-Ibérica (Terreno Ibérico) de uma placa a W que foi designada Finisterra (Romão et al., 2006); entre Tomar e Ferreira do Alentejo, ela estabelece o contacto entre a Zona Ossa-Morena (Terreno Ibérico) a E e o Terreno Sul Português (Placa Avalónia) a W. Esta distribuição espacial demonstra que a zona de cisalhamento Porto- -Tomar-Ferreira do Alentejo desloca a sutura por colisão continental entre as placas Ibéria e Avalónia. O prolongamento da fronteira de placa a N do Porto é inferido com base na cine- mática direita e nos dados geofísicos disponíveis para a plataforma continental. Do ponto de vista geodinâmico e à escala continental, sugere-se a existência de dois pontos triplos: o primeiro, a N, na junção Avalónia-Armórica-Ibéria; o segundo, a S, na junção Finisterra-Ibéria-Avalónia. Entre os pontos triplos, a transformante separa a Avalónia da Ibéria, pelo que nunca terá havido continuidade entre a Armórica e Finisterra, que são assim placas distintas.
|