A cultura linguística dos alunos do 9º ano do Concelho de Aveiro

Assumimos, numa perspectiva de Didáctica do Plurilinguismo, que o desenvolvimento da Cultura Linguística, nas suas três dimensões (cognitiva, imagética/representacional e das práticas), pode contribuir para cidadãos mais predispostos a contactos interculturais, promovendo a capacidade de diálogo, es...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Senos, Susana Márcia Graça (author)
Format: masterThesis
Language:por
Published: 2012
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10773/8202
Country:Portugal
Oai:oai:ria.ua.pt:10773/8202
Description
Summary:Assumimos, numa perspectiva de Didáctica do Plurilinguismo, que o desenvolvimento da Cultura Linguística, nas suas três dimensões (cognitiva, imagética/representacional e das práticas), pode contribuir para cidadãos mais predispostos a contactos interculturais, promovendo a capacidade de diálogo, essencial num mundo onde os contactos com o Outro assumem um papel cada vez mais crucial, num espaço e tempo marcados pela mobilidade e pelo encontro. Assim, considerámos importante conhecer a Cultura Linguística dos alunos do 9.º ano do Concelho de Aveiro, comparando os nossos resultados com aqueles obtidos há 10 anos, no estudo de Simões (2006). Para tal, seguimos uma metodologia de investigação de tipo quantitativo, enquadrando-se o nosso estudo numa tipologia de Sondagem/Survey, tendo como universo todos os alunos do 9.º ano de escolaridade das escolas do Concelho de Aveiro, no ano lectivo de 2010/2011. Foi aplicado um inquérito por questionário a todos os alunos do 9.º ano do Concelho de Aveiro, totalizando 651 respondentes, sendo depois os dados analisados estatisticamente, através do programa de análise estatística SPSS, e as questões abertas sujeitas a análise de conteúdo. A análise dos dados recolhidos permitiu-nos concluir que a Cultura Linguística dos alunos não é hoje muito diferente da de há 10 anos atrás. Verifica-se que estes possuem poucos conhecimentos declarativos acerca do Mundo das Línguas, representações muito cristalizadas e escolarizadas das línguas e dos povos que as falam e poucos contactos efectivos e ambicionados com línguas que não fazem parte da oferta formativa das nossas escolas. Assim, apontamos para a necessidade de a escola reconfigurar o seu pensamento e as suas práticas, assumindo como fundamental uma Educação em Línguas que seja promotora do desenvolvimento da Cultura linguística dos alunos. Para tal, acreditamos ser fundamental a assunção do papel que as línguas desempenham na formação de cidadãos mais activos e participativos. Consideramos ainda essencial o desenvolvimento de um trabalho junto dos professores que os ajude a reconhecer a importância de desenvolver a Cultura Linguística dos seus alunos, tomando consciência que o ensino de línguas é hoje muito mais que ensinar aos alunos a proficiência comunicativa numa determinada língua, reencontrando um dos fins da educação que é o de desenvolvimento de cultura nos sujeitos, incluindo a Cultura Linguística neste objectivo mais alargado. Apontamos ainda no nosso estudo para a necessidade da escola se reinventar na forma como vê as línguas e como pode proporcionar aos seus alunos contactos mais enriquecedores. Em suma, acreditamos que é no desenvolvimento de um trabalho holístico, que inclui todos os agentes educativos, que se deve equacionar o contacto com as línguas, promovendo o desenvolvimento da Cultura Linguística de todos os sujeitos que constroem a comunidade educativa.