Resumo: | As equipas B assumem-se como um espaço de transição entre o futebol de formação e o futebol sénior profissional, permitindo que os jovens jogadores tenham competição num contexto de maior exigência no qual se confrontam com jogadores mais velhos, com mais maturidade e com outras experiências. Este relatório tem como objetivo efetuar uma análise profunda e reflexiva sobre o processo de treino conceptualizado e operacionalizado pela equipa técnica dos seniores B do Sport Lisboa e Benfica, assim como uma descrição do seu modelo de jogo. Ao longo da época desportiva, os métodos específicos de preparação, parecem ser os métodos preferenciais para operacionalizar o modelo de jogo conceptualizado, representando os exercícios competitivos e os setoriais cerca 38% do tempo total de treino. Estes dados são replicados, quando se comparou a utilização dos métodos de treino usados no período pré competitivo e competitivo e quando se comparou o microciclo com um e com dois momentos competitivos. A conceptualização e operacionalização do modelo de treino a partir de uma dimensão diagonal parece potenciar os efeitos das adaptações funcionais, ou seja, os métodos de treino devem estar ligados entre si e revelar transferibilidade de forma lógica. Quando aplicados isoladamente, os métodos de treino têm um menor efeito sobre os jogadores e a equipa. Definiram-se os microciclos (MC) padrão da época desportiva, do período pré competitivo (PPC), do período competitivo (PC), do microciclo com um jogo (MC1) e com dois jogos (MC2), tendo-se chegado às seguintes conclusões: (1) no microciclo padrão da época desportiva, os exercícios mais utilizados foram os de velocidade, os exercícios de manutenção da posse da bola e os exercícios competitivos; (2) quando comparados os MC padrão do PPC e PC verificamos uma alteração da predominância dos exercícios de resistência (PPC) para os exercícios de força (PC) e manutenção da predominância dos exercícios de posse da bola e dos exercícios competitivos; (3) quando comparados os MC padrão com um e com dois momentos competitivos, verificamos ao longo da semana, uma variabilidade nas capacidades condicionais trabalhadas com manutenção da predominância dos exercícios de manutenção da posse da bola e dos exercícios competitivos.
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