Resumo: | O mundo globalizado requer uma educação que prepare os cidadãos para compreenderem contextos próximos e distantes, comunicarem de forma respeitosa, ultrapassando barreiras linguístico-culturais, e se comprometerem com a justiça social e a sustentabilidade. Assim, vários investigadores e formadores defendem a necessidade de promover uma educação para a cidadania global que capacite os professores com consciência crítica e agência transformadora. Neste sentido, este texto apresenta um estudo de caso com um futuro educador/professor do Mestrado em Educação Pré-escolar e Ensino no 1.º Ciclo do Ensino Básico, que pretende compreender como podem os educadores/professores em formação inicial construir conhecimento sobre educação para a cidadania global, integrando essa dimensão na sua identidade profissional. Para o efeito, analisaram-se as reflexões escritas produzidas pelo educador/professor em formação ao longo de um ano letivo, bem como um questionário de autoavaliação de balanço do percurso efetuado. Os dados recolhidos foram sujeitos a análise de conteúdo a partir de três categorias que caracterizam uma profissionalidade docente atenta aos problemas das sociedades globalizadas, a saber: uma dimensão pedagógico-didática, uma dimensão linguísticocomunicativa, e uma dimensão ético-política. Os resultados do estudo evidenciam que o educador/professor construiu uma identidade profissional docente questionadora do papel da educação nas sociedades globalizadas, ao mesmo tempo que tomou consciência da necessidade de continuar a aprender. Estes resultados sugerem que a formação inicial de educadores/professores tem de incluir espaços de articulação teoria-prática em torno dos temas com que se confrontam as sociedades globalizadas, mediante atividades que façam sentido para os sujeitos em formação e para os contextos em que atuam.
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