Summary: | Um processo criativo em teatro é sempre jogado em equipa, cruzando processos inventivos, abordagens sobre a arte em geral e o objeto artístico específico, que ora colidem ora se encontram, numa perseguição conjunta e partilhada pelo cumprimento dum mesmo objetivo. Esta pesquisa assentou na criação a dois de um espetáculo, intitulado Judite, que assumiu a forma de monólogo, e que teve por base um texto escrito “por encomenda”. Tendo por pano de fundo a temática da identidade e a sua fragmentação, Judite, a única personagem em palco, nasceu a dois, da fusão entre a conceção do autor/encenador e eu, a atriz. O espetáculo é o resultado do confronto e do encontro, da análise e da crítica, num jogo dialético de aceitação e negação de ideias e propostas provenientes de visões diferentes da vida, do teatro, das mulheres e desta personagem. Este ensaio descreve e reflete acerca do processo de interação na co-criação de um espetáculo, e analisa a construção da personagem Judite, que entre conquistas, dificuldades e a sua superação, nos é aqui apresentada como resultado deste trabalho a dois, bem como enquanto elemento fundamental de mediação da interação criativa.
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