Daptomycin delivery into the eye by encapsulation into chitosan coated alginate nanoparticles

A endoftalmite bacteriana é uma inflamação ocular, resultante da introdução de um agente infeccioso no segmento posterior do olho. Grande parte das infeções são provocadas por bactérias Gram-positivas, tal como Staphylococcus aureus resistente à meticilina e Staphylococcus epidermidis. Atualmente, o...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Costa, Joana Ribeiro da (author)
Format: masterThesis
Language:eng
Published: 2015
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10400.14/16244
Country:Portugal
Oai:oai:repositorio.ucp.pt:10400.14/16244
Description
Summary:A endoftalmite bacteriana é uma inflamação ocular, resultante da introdução de um agente infeccioso no segmento posterior do olho. Grande parte das infeções são provocadas por bactérias Gram-positivas, tal como Staphylococcus aureus resistente à meticilina e Staphylococcus epidermidis. Atualmente, o tratamento de infeções oculares é dificultado pelas barreiras anatómicas e natureza delicada do interior do globo ocular. A aplicação de fármacos no próprio olho é uma solução não-invasiva, segura e menos dolorosa do que tratamentos cirúrgicos, a laser ou injeções oculares. A daptomicina é um novo péptido cíclico antimicrobiano, com atividade contra bactérias Gram-positivas, constituindo um poderoso agente no tratamento da endoftlamite bacteriana. Contudo, a aplicação tópica de daptomicina no olhoé limitada devido à rápida renovação do fluído ocular, requerendo formulações com propriedades mucoadesivas. Apesar da existência de nanopartículas de quitosano para encapsulamento de daptomicina, é necessária uma alternativa eficiente que possa melhorar as suas propriedades biológicas e farmacêuticas. Neste trabalho, apresentam-se nanopartículas mucoadesivas de alginato revestidas com quitosano como possível sistema de libertação de daptomicina, uma vez que o alginato e o quitosano possuem diversas propriedades biológicas favoráveis ao prolongamento do tempo de residência pré-corneal do antibiótico, permitindo a acumulação e permeabilidade deste fármaco e integrando um método promissor para o tratamento tópico da endoftalmite bacteriana. As nanopartículas foram preparadas através de pré-gelificação ionotrópica do alginato, seguido de complexação polielectrónica do quitosano e caracterizadas pelo seu tamanho, polidispersão e potencial zeta. As suas eficiências de encapsulação foram determinadas e a actividade antimicrobiana foi testada. Foi também avaliada, in vitro, a permeabilidade da daptomicina em células oculares. As nanopartículas obtidas apresentam uma carga negativa, com tamanhos entre 382 e 421 nm e as eficiências de encapsulação apresentam valores entre 79 e 91%. A atividade antimicrobiana da daptomicina não sofreu alterações com o encapsulamento em nanopartículas. A permeabilidade ocular da daptomicina, in vitro, alcançou os 6% para células da córnea e 5% para células da retina, após 4 horas da aplicação. Em conclusão, as nanopartículas obtidas são apropriadas para a libertação ocular de daptomicina, constituindo um potencial tratamento da endoftalmite bacteriana.