| Summary: | A gravidez surge como um processo fisiol?gico natural, que envolve uma sequ?ncia de adapta??es no organismo materno, inerentes ao desenvolvimento fetal e crescimento do beb?, processo que se inicia logo nas primeiras semanas ap?s a concep??o. Embora o organismo materno esteja naturalmente preparado, o processo envolve ajustes anat?micos e fisiol?gicos. Algumas tarefas da vida di?ria come?am a tornar-se dif?ceis de realizar, pelas gr?vidas, como por exemplo o andar, o alcan?ar objectos, o ficar em posi??o erecta est?tica, o sentar, o deitar, o subir escadas, o transportar objectos, entre outros. (Konkler & Kisner, 1996). Neste sentido, o equil?brio postural nesta popula??o, tem sido um desafio de investiga??o de v?rios autores. A literatura tem revelado que a estabilidade postural diminui durante a gravidez, principalmente no 2? e 3? trimestres de gravidez (Butler, Col?n, Druzin, & Rose, 2006; Mann, Kleinpaul, Teixeira, & Mota, 2011; Nagai et al., 2009), tanto para a condi??o de olhos abertos como para a condi??o de olhos fechados (Butler et al., 2006). Quando a dificuldade da tarefa aumenta (exemplo da superf?cie inst?vel), a vis?o ? de extrema import?ncia para o controlo postural no desenvolvimento de tarefas, mesmo quando os sistemas proprioceptivos e vestibulares est?o presentes (Mann et al., 2011; Oliveira, Vieira, Macedo, Simpson, & Nadal, 2009). Na grande maioria dos estudos de avalia??o do equil?brio postural, o instrumento mais utilizado ? a plataforma de for?as, que diverge de estudo para estudo quanto ? sua marca e quanto ?s metodologias/condi??es de realiza??o dos testes. A posturografia computadorizada ? Neurocom International, Inc. tem sido recomendada para a avalia??o do equil?brio postural, onde alguns estudos (aplicados a gr?vidas e a idosos) utilizam a plataforma Equitest (Camicioli, Panzer, & Kaye, 1997; McCrory, Chambers, Daftary, & Redfern, 2011; Wrisley & Whitney, 2004; Zammit, Wang-Weigand, & Peng, 2008) e outros (aplicados a idosos), utilizam a plataforma Balance Master (Brech, Andrusaitis, Vitale, & Greve, 2012; Jbabdi, Boissy, & Hamel, 2008; Tomomitsu, Alonso, Morimoto, Bobbio, & Greve, 2013). S?o poucos os estudos que utilizam este instrumento, plataforma Balance Master, para avaliar o equil?brio postural em gr?vidas. Assim sendo, o principal objectivo do nosso estudo foi perceber a capacidade da plataforma Balance Master ? Neurocom International Inc. de avaliar e detectar as diferen?as no controlo postural entre as mulheres gr?vidas do 2? e 3? trimestres de gravidez. Pretendemos, tamb?m com este estudo, verificar as diferen?as do controlo postural, entre gr?vidas, nas condi??es olhos abertos/olhos fechados, superf?cie firme/superf?cie inst?vel, na subida/descida do degrau, assim como, na explora??o dos limites de estabilidade. Para dar resposta aos objectivos definidos, foram recrutadas 7 gr?vidas no 2? trimestre de gravidez e 5 gr?vidas no 3? trimestre de gravidez, todas residentes na regi?o do Alto Minho (distrito de Viana do Castelo). Para a avalia??o do equil?brio postural foram seleccionados os testes: modified CTSIB (olhos abertos/olhos fechados; superf?cie firme/superf?cie inst?vel), limits of stability e o teste step up/over. Da an?lise dos resultados podemos perceber que existe uma diminui??o do equil?brio postural para a condi??o de olhos fechados/superf?cie inst?vel nas gr?vidas do 2? e 3? trimestres de gravidez, corroborando outros estudos, onde a vis?o e a superf?cie inst?vel mostraram afectar o equil?brio postural em gr?vidas (Oliveira et al., 2009; Shailesh & Champa, 2001). Comparados os grupos, verificamos que existem diferen?as significativas para a condi??o olhos abertos/superf?cie inst?vel, revelando que o grupo do 3? trimestre de gravidez apresenta maior estabilidade postural, real?ando a import?ncia da informa??o visual. Tudo indica que sem o transporte da mala de senhora, as gr?vidas apresentam maior instabilidade. N?o foram encontradas diferen?as significativas entre os grupos no teste de subida/descida do degrau. Quando avaliados os limites de estabilidade, os resultados revelam existirem diferen?as significativas entre os grupos, indicando que a velocidade de movimento das gr?vidas para tr?s ? significativamente menor nas gr?vidas do 3? trimestre de gravidez. No 3? trimestre as gr?vidas tamb?m parecem ser mais cautelosas na velocidade dos seus movimentos, talvez pelo receio de perderem o equil?brio e como consequ?ncia provocar quedas. Os resultados apontam ainda para uma correla??o negativa entre a estatura e a velocidade de deslocamento do centro de press?o-olhos abertos e superf?cie firme e a velocidade de deslocamento do centro de press?o-olhos abertos e superf?cie inst?vel, sugerindo que as mulheres gr?vidas mais altas, em situa??es de presen?a de informa??o visual, apresentam menor velocidade de deslocamento do centro de gravidade, quer em superf?cies firmes quer em superf?cies inst?veis. Podemos concluir que, apesar da limita??o do tamanho da amostra, a plataforma Balance Master apresenta algumas limita??es na avalia??o do equil?brio postural em mulheres gr?vidas, dado n?o permitir uma avalia??o individualizada relativamente ao eixo antero-porterior e medial-lateral. Contudo torna-se pertinente na avalia??o do equil?brio postural em situa??es representativas da vida di?ria da gr?vida. Como futuras investiga??es sugerimos a realiza??o de estudos de avalia??o do equil?brio postural com a plataforma Balance Master, onde a amostra seja maior, para que os resultados tenham mais consist?ncia, assim como considerar a possibilidade de usar a t?cnica do match pair para poder definir um grupo de controle. Seria interessante a realiza??o de um estudo longitudinal, onde o objectivo se centrasse na avalia??o do equil?brio postural ao longo da gravidez (1?, 2? e 3? trimestres de gravidez) assim como no per?odo p?s-parto. Observar a influ?ncia da pr?tica de actividade f?sica no equil?brio postural em gr?vidas do 2? e do 3? trimestres de gravidez e no p?s-parto, seria tamb?m um interessante tema de investiga??o.
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