Summary: | Os profissionais das forças policiais estão sujeitos a uma grande pressão, exigência e stress no seu dia-a-dia, podendo facilmente desencadear a síndrome de burnout (Collin & Gibbs, 2003). O objectivo deste estudo foi analisar a ocorrência da síndrome de burnout nos profissionais da Polícia de Segurança Pública do Comando Distrital de Setúbal e determinar a existência de possíveis associações com as variáveis sociodemográficas. Para tal, foi delineado um estudo exploratório para analisar o burnout e a relação deste com as variáveis sociodemográficas (sexo, idade, estado civil, filhos, habilitações literárias, categoria profissional, tipo de serviço, antiguidade, número de horas de trabalho por semana e trabalho por turnos), numa amostra de 238 profissionais da PSP. Os instrumentos utilizados neste estudo foram o Maslach Burnout Inventory de Maslach e Jackson (1986), traduzido e adaptado por Cruz e Melo (1999), e um questionário para avaliação das variáveis sociodemográficas. Dos resultados obtidos constata-se que os profissionais da nossa amostra não apresentam níveis significativos de burnout. Relativamente à relação da síndrome de burnout com as variáveis sociodemográficas verifica-se que os profissionais com menos de 45 anos, os que possuem o ensino secundário, os que desempenham funções no Serviço de Patrulha, os que trabalham entre 5 a 10 anos na organização e os que trabalham por turnos são os que apresentam valores mais elevados de despersonalização. Quanto à exaustão emocional os valores mais elevados são nos profissionais divorciados e nos que trabalham há mais de 20 na organização. Quanto à realização pessoal são os que trabalham no Serviço Administrativo que apresentam menor realização pessoal. As implicações dos resultados obtidos para a organização serão discutidas.
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