Summary: | A revisão da cartografia geológica das rochas metassedimentares expostas na região de Sátão-Penalva do Castelo-Fornos de Algodres, inserida na área correspondente à folha 17-B (Fornos de Algodres), na escala 1/50.000, permitiu identificar as sucessões relacionadas com o Supergrupo Dúrico-Beirão e o Quartzito Armoricano. A sequência do Supergrupo Dúrico-Beirão encontra-se representada apenas pelos turbiditos distais clássicos do Grupo das Beiras (Formação de Rosmaninhal-fácies distal) e pelos turbiditos de ondas modificados do Grupo de Arda Marofa (formações de Sátão e Real), enquanto as rochas ordovícicas expostas se reduzem aos quartzitos armoricanos do Arenigiano. As rochas xisto-grauváquicas sofreram a deformação sin-sedimentar da Fase Sarda, não acompanhada de xistosidade de plano axial, bem como a deformação, metamorfismo e migmatização do Ciclo Varisco. Esta migmatização ocorreu na periferia da maior parte das suas exposições, em contacto com as rochas granitóides variscas. Porém, os quartzitos armoricanos apenas evidenciam a deformação e metamorfismo do Ciclo Varisco. Tectonicamente, esta área situa-se nos prolongamentos do estremo sudeste do Sulco Dúrico-Beirão e do extremo sudoeste da falha de Juzbado(Salamanca)-Penalva do Castelo(Viseu), esta posicionando-se a nordeste, entre Trancoso e o rio Águeda, no sinclinório da serra da Marofa, e, ainda, do sistema da falhas NNE-SSW tardi a pós-variscas. Este tectonismo parece ter sido responsável pela reorientação do alinhamento e foliação das rochas metassedimentares segundo NW-SE a NNW-SSE, entre Sátão e Real, para o sentido WSW-ENE, entre Real e Maceira, após o que prosseguem para Trancoso e a serra da Marofa.
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