Resumo: | As projeções demográficas indicam que, em 2050, a população mundial acima dos 60 anos será o dobro da atual. Por outro lado, também estão amplamente documentados, na literatura científica, os inquestionáveis benefícios que a prática de atividade física tem no bem-estar da população sénior. No entanto, são os idosos que possuem uma menor quantidade de atividade física. Assim, sabendo que as necessidades psicológicas básicas desempenham um papel fundamental na regulação do comportamento, nesta faixa etária, o objetivo principal deste estudo foi analisar o impacto das necessidades psicológicas básicas, sobre a prática de atividade física e bem-estar em sujeitos idosos. Investigou-se, ainda, de que forma a perceção de bem-estar se faz distinguir, em função dos diferentes níveis da prática de atividade física. Para tal, foram adotados os seguintes passos: (i) validar, para a população sénior portuguesa, a Subjective Happiness Scale, Subjective Vitality Scale e a Basic Need Satisfaction General Scale; (ii) analisar o impacto da satisfação das necessidades psicológicas básicas, na globalidade da vida dos idosos, sobre a felicidade subjetiva, vitalidade subjetiva e prática de atividade física; (iii) estudar as diferenças das variáveis do bem-estar, em função da prática de atividade física. As principais conclusões que advêm do trabalho são as seguintes: (i) através das validações das escalas, foi encontrado um modelo de medida válido para avaliar a felicidade subjetiva, vitalidade subjetiva e satisfação das necessidades psicológicas básicas na generalidade da vida dos idosos portugueses; (ii) o valor global de satisfação das necessidades psicológicas básicas é preditivo de felicidade subjetiva e vitalidade subjetiva, não predizendo, diretamente, a prática de atividade física; (iii) de forma isolada, as necessidades de autonomia, relação e competência predizem a perceção de felicidade subjetiva e vitalidade subjetiva, sendo a necessidade de competência, a única que prediz positivamente, a prática de atividade física; (iv) existem diferenças estatisticamente significativas na perceção de felicidade subjetiva, e vitalidade subjetiva entre os diferentes níveis de atividade física. Em suma, podemos concluir que as necessidades psicológicas básicas têm um impacto positivo sobre o bem-estar dos idosos, e os que possuem uma maior quantidade de prática de atividade física são os que percecionam maiores níveis de felicidade subjetiva e vitalidade subjetiva.
|