Os efeitos da voz e dos batimentos cardíacos maternos nos recém-nascidos de 26 a 33 semanas de idade gestacional

Nascer prematuramente não é um acontecimento natural para o ser humano. Os nascimentos prematuros, embora sejam em número minoritário do total de nados-vivos, representam uma fração dos problemas perinatais do país, responsáveis por cerca de 50% dos óbitos neonatais e de parte significativa de futur...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Portugal, Crisanta Maria Gomes da Silva Leopoldo (author)
Format: doctoralThesis
Language:por
Published: 2019
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10400.14/27687
Country:Portugal
Oai:oai:repositorio.ucp.pt:10400.14/27687
Description
Summary:Nascer prematuramente não é um acontecimento natural para o ser humano. Os nascimentos prematuros, embora sejam em número minoritário do total de nados-vivos, representam uma fração dos problemas perinatais do país, responsáveis por cerca de 50% dos óbitos neonatais e de parte significativa de futuros cidadãos com sequelas. Pretendeu-se, com esta investigação, alicerçada no Modelo de Adaptação de Roy (Irmã Callista Roy), determinar os efeitos no recém-nascido prematuro, da modificação do ambiente sonoro, ao qual ele está submetido, aquando do internamento numa Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais. Desenvolveu-se um Estudo Experimental mais concretamente um Estudo Aleatório Controlado (pré e pós-teste) em que se observou o efeito de sons maternos gravados, no recém-nascido prematuro, em comparação com o efeito dos sons habituais inerentes ás unidades de cuidados neonatais. De acordo com os critérios de inclusão e de exclusão pré-definidos, foram selecionados recém-nascidos entre as 26 e as 33 semanas de gestação, internados no Serviço de Neonatologia-nível III num hospital do Norte de Portugal. Efetuou-se a randomização de dezoito recém-nascidos, sendo colocados nove no Grupo Experimental e nove no Grupo Controlo. Os resultados evidenciaram que os dois grupos revelaram-se homogéneos na sua caracterização, não apresentando diferenças estatisticamente significativas. Em relação ás variáveis analisadas: frequência cardíaca; frequência respiratória; pulso; saturação de O2; episódios cardiorrespiratórios; peso; comprimento e perímetro cefálico, verificou-se, que em termos médios, ao longo do estudo, houve diferenças significativas entre os dois grupos. Os valores médios das variáveis analisadas distanciaram-se, observando-se diferenças significativas entre os dois grupos. Evidenciou-se neste estudo, a importância da estimulação auditiva com sons maternos na diminuição dos episódios de apneias e bradicardias nos recém-nascidos prematuros assim como na estabilização da frequência cardíaca e respiratória. Poderemos concluir que a modificação da estimulação sensorial auditiva através de sons maternos tem implicações positivas no desenvolvimento dos recém-nascidos prematuros, pelo que é de extrema importância continuar a investigação e possivelmente estender-se a outras unidades similares.