Summary: | A abordagem retrospectiva dos primeiros quinze anos do ciberjornalismo em Portugal pode ser dividida globalmente em três fases: a da implementação (1995-1998), a da expansão ou boom (1999-2000) e a da contracção (2001-2010). A primeira fase abarca os anos de implementação de edições electrónicas de media tradicionais na Web. É uma fase experimental, dominada pelo modelo shovelware: os jornais abrem os respectivos sites para neles reproduzirem os conteúdos produzidos para a versão de papel, as rádios transmitem na Web o sinal hertziano, as televisões os seus telejornais. A fase do boom, a do optimismo, porventura exagerado, é marcada pelo aparecimento dos primeiros jornais generalistas exclusivamente online, como o Diário Digital e o Portugal Diário. Alguns jornais reforçam as suas redacções digitais para abrirem serviços de “última hora”. A fase da contracção, a do início do fim de uma certa ilusão, é marcada pelo encerramento de sites, cortes em pessoal e redução das despesas. A “bolha digital” rebentara e o investimento publicitário decaíra. Seguir-se-ia um longo período de estagnação generalizado, de reduzido investimento a quase todos os níveis, pontuado por investimentos light a contracorrente. A partir do final da primeira década do século XXI, as principais empresas jornalísticas, confrontadas com quebras acentuadas nas receitas publicitárias, decidiram apostar em duas frentes principais: procura da rentabilização dos seus conteúdos e distribuição dos mesmos através de múltiplas plataformas, com destaque para os tablets.
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