Summary: | A síndrome dolorosa patelofemoral é uma das patologias que mais afeta o joelho e 50% das lesões musculosqueléticas estão relacionadas com esta articulação. É caracterizada por uma dor difusa que se manifesta nas atividades da vida diária que sobrecarregam a região anterior do joelho e na medicina desportiva através de uma dor localizada na região retropatelar ou peripatelar. Há muitos exercícios utilizados no seu tratamento, mas nenhum que comprove um fortalecimento muscular seletivo na reabilitação da síndrome patelofemoral. Quantificar e comparar a amplitude do sinal neuroeletromiográfico dos músculos vasto medial oblíquo (VMO), vasto lateral longo (VLL), vasto lateral oblíquo (VLO), bicípite femoral e glúteo médio, bem como o rácio VMO:VLO, durante a execução de cinco exercícios habitualmente prescritos na prática clínica no tratamento fisioterapêutico da síndrome dolorosa patelofemoral. Um total de 26 alunos da Universidade do Porto participaram neste estudo quantitativo. Os participantes foram submetidos à obtenção de uma contração voluntária máxima de cinco músculos testados, durante a execução de exercícios em cadeia cinética fechada que incluiram mini agachamento bilateral, mini agachamento unilateral, step anterior, step lateral e step posterior. O sinal neuroelectromiográfico foi medido através do Dinamómetro Isocinético Biodex. O músculo VMO e VLO foram os mais ativados em relação aos cinco exercícios aplicados. O VMO apresentou uma maior atividade nos exercícios de mini agachamento bilateral, mini agachamento unilateral e step anterior. Já o VLO apresentou uma maior atividade durante a execução do step lateral e step posterior. Em relação ao rácio entre os músculos VMO e VLO, não foram encontradas diferenças estatísticas significativas para os exercícios selecionados. Os resultados do presente estudo sugerem que o VMO e o VLO foram os músculos mais ativados em relação aos cinco exercícios de cadeia cinética fechada proposto. Já o rácio VMO:VLO são relevantes, mas não estatisticamente significativos. Estes achados reforçam a importância de programas de intervenção no tratamento da síndrome femoropatelar que enfatizem o fortalecimento muscular seletivo dos músculos afetados.
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