Sinais desencontrados: fotografia e propaganda em contexto colonial

Tanto o colonialismo como as diferentes expressões de resistência que o foram erodindo se fizeram de ações, e estas nunca dispensaram o apoio de palavras e de imagens. É para a forma como estas categorias se combinam que orientaremos o olhar, procurando perceber de que modo as narrativas de legitima...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Cunha, Luís (author)
Formato: article
Idioma:por
Publicado em: 2021
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/1822/75412
País:Portugal
Oai:oai:repositorium.sdum.uminho.pt:1822/75412
Descrição
Resumo:Tanto o colonialismo como as diferentes expressões de resistência que o foram erodindo se fizeram de ações, e estas nunca dispensaram o apoio de palavras e de imagens. É para a forma como estas categorias se combinam que orientaremos o olhar, procurando perceber de que modo as narrativas de legitimação colonial e de apelo à independência fizeram uso de um instrumento tão poderoso como a fotografia. Recorreremos a diversos materiais que reportam ao registo propagandístico, mostrando uma intencionalidade que visa convencermais do que informar. Faremos da guerra colonial o centro deste texto, o que significa tomá-la como o momento mais expressivo do confronto entre diferentes representações do território colonial. Se Portugal o via como parte de um todo indivisível, os movimentos de libertação encaravam-no como espaço ocupado e abusado por forças alheias aos interesses legítimos das populações africanas. Longa e sangrenta, feita de muitas frentes, a guerra colonial fez-se também na propaganda. Os panfletos, cartazes e fotografias, testemunhando o convívio pacífico ou mostrando as atrocidades cometidas, foram parte do confronto, revelando muito acerca da tessitura de relações que estruturaram o domínio colonial e das dinâmicas que conduziram à constituição de novos estados em África.