Análise do consumo do antidepressivos e seus encargos em Portugal Continental

A OMS define a depressão como uma perturbação mental comum, caraterizada por tristeza, perda de interesse ou prazer, sentimento de culpa ou baixa autoestima, perturbações de sono ou de apetite, sensação de cansaço e falta de concentração. É uma doença multifatorial, condicionada por fatores biológic...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Nogueira, Joana Catarina Fernandes (author)
Formato: masterThesis
Idioma:por
Publicado em: 2022
Assuntos:
Texto completo:http://hdl.handle.net/10400.22/15524
País:Portugal
Oai:oai:recipp.ipp.pt:10400.22/15524
Descrição
Resumo:A OMS define a depressão como uma perturbação mental comum, caraterizada por tristeza, perda de interesse ou prazer, sentimento de culpa ou baixa autoestima, perturbações de sono ou de apetite, sensação de cansaço e falta de concentração. É uma doença multifatorial, condicionada por fatores biológicos, genéticos e psicossociais. De acordo com a OMS, estima-se que a sua prevalência aumente até 2020, atingindo o 2º lugar nas causas de doenças degenerativas e suicídio. Este trabalho pretendeu analisar a evolução do consumo de antidepressivos em Portugal de 2009 a 2018, assim como os seus encargos ao nível do SNS, e a sua relação com a mortalidade por suicídio. Neste trabalho foi utilizada uma base de dados de consumo e encargos de antidepressivos em Portugal Continental fornecidos pelo Centro de Informação do Medicamento e Produtos de Saúde do Infarmed. Recorreu-se a um tratamento estatístico descritivo e inferencial dos dados. Relativamente ao consumo de antidepressivos, de 2009 a 2018, verifcou-se que sertralina, a venlafaxina e a trazodona foram os antidepressivos mais utilizados no SNS, tendo a sertralina mais relevância que os outros fármacos. As substâncias vortioxetina, tianeptina, trimipramina e a amitriptilina com perfenazina foram as menos consumidas nesse intervalo de tempo. No que diz respeito aos encargos associados dessas substâncias no SNS, em 2009 todas as substâncias ativas apresentavam um valor elevado de encargos, e a partir de 2010 reduziram significativamente os seus encargos no SNS, com exceção da Agomelatina que ascendeu ligeiramente. No que concerne à relação entre o elevado consumo de antidepressivos e o impacto nas taxas de morte por suicídio não se evidenciou nenhuma correlação. Tendo em conta os riscos associados ao consumo de antidepressivos é necessário tomar providências no que diz respeito à prescrição desta classe de medicamentos, através de um diagnóstico da depressão, do desenvolvimento de programas de intervenção e prevenção da depressão e na qualidade dos serviços prestados no doente com depressão.