A ideologia do parentesco no Prólogo do Livro de Linhagens do Conde D. Pedro

No Prólogo do seu Livro de Linhagens, Pedro de Barcelos, emulando e subvertendo os textos jurídicos de seu bisavô Afonso X (em particular a Partida IV), estabelece um ethos da nobreza peninsular, baseado na simbiose entre natura (ou ordem divina),linhagem e parentesco de sangue, que entende como ind...

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Detalhes bibliográficos
Autor principal: Ferreira, Maria do Rosário (author)
Formato: article
Idioma:por
Publicado em: 2022
Texto completo:https://ojs.letras.up.pt/index.php/gua/article/view/11957
País:Portugal
Oai:oai:ojs.letras.up.pt/ojs:article/11957
Descrição
Resumo:No Prólogo do seu Livro de Linhagens, Pedro de Barcelos, emulando e subvertendo os textos jurídicos de seu bisavô Afonso X (em particular a Partida IV), estabelece um ethos da nobreza peninsular, baseado na simbiose entre natura (ou ordem divina),linhagem e parentesco de sangue, que entende como indutor de uma amizade/solidariedade socialmente pacificadora. Esta amizade, ontologicamente ligada a Deus e à Criação, preexistiria às relações de dominação institucionais, e cumpriria comvantagem o papel regulador por elas desempenhado. Os antigos costumes identitários da nobreza decorrentes desta amizade funcionam, no discurso de Dom Pedro, como uma espécie de habitus embrionário cuja preservação está ligada à sobrevivênciahistórica da nobreza como grupo social dotado de um capital simbólico próprio e legitimador.